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Tribunal de crimes de guerra condena congolês Ntaganda a 30 anos de prisão

Bosco Ntaganda, o ex-líder congolês apelidado de "Terminator" e acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, supostamente cometidos na República Democrática do Congo (RDC) entre 2002 e 2003, participa de julgamento no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda - Michael Kooren/Reuters
Bosco Ntaganda, o ex-líder congolês apelidado de "Terminator" e acusado de crimes de guerra e contra a humanidade, supostamente cometidos na República Democrática do Congo (RDC) entre 2002 e 2003, participa de julgamento no Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, na Holanda Imagem: Michael Kooren/Reuters

Da Reuters, em Haia

07/11/2019 10h53

O Tribunal Penal Internacional (TPI) condenou o ex-líder militar congolês Bosco Ntaganda a 30 anos de prisão, nesta quinta-feira, devido a atrocidades como assassinato, estupro e recrutamento de crianças-soldados.

Em julho, Ntaganda, de 46 anos, foi considerado culpado de crimes de guerra e crimes contra a humanidade devido a atos cometidos quando era o chefe militar da milícia União de Patriotas Congoleses (UPC) no leste da República Democrática do Congo entre 2002 e 2003.

Nesta quinta-feira, durante o anúncio da sentença, o juiz Robert Fremr disse não haver circunstâncias atenuantes e emitiu a pena de 30 anos, a mais longa já imposta pela corte de Haia.

"Os crimes pelos quais o senhor Ntaganda foi condenado, apesar de sua gravidade e seu grau de culpabilidade, não justificam uma pena de prisão perpétua", disse Fremr.

Ntaganda já está apelando da condenação.

No conflito no Congo, a UPC, de Ntaganda, dominada pelo clã hema, visou expulsar o povo rival lendu da região de Ituri, rica em minerais. Centenas de civis foram mortos e muitos milhares mais foram forçados a fugir.

Durante o anúncio da sentença, Fremr disse que Ntaganda não somente é culpado por perseguição como crime contra a humanidade, mas que ainda assassinou pessoalmente um padre católico, dando um exemplo para seus soldados seguirem.

Também se descreveu o "estupro sistemático" de mulheres filiadas à UPC por parte de seus colegas militantes sob a liderança de Ntaganda, incluindo a violação de uma criança-soldado de não mais de nove anos de idade.