Irã jamais pedirá ajuda dos EUA contra o coronavírus, diz autoridade
DUBAI (Reuters) - O Irã jamais pedirá ajuda dos Estados Unidos na luta contra o novo coronavírus, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Abbas Mousavi, nesta segunda-feira.
O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, rejeita as ofertas de assistência humanitária feitas por Washington ao Irã, por ora o país mais afetado pelo vírus no Oriente Médio com suas 3.739 mortes e 60.500 pessoas infectadas, de acordo com as cifras mais recentes desta segunda-feira.
"O Irã nunca pediu e não pedirá que a América ajude Teerã em sua luta contra o surto... mas a América deveria suspender todas as suas sanções unilaterais ilegais sobre o Irã", disse Mousavi em uma coletiva de imprensa televisionada.
A tensão entre os dois países está alta desde 2018, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, retirou seu país de um acordo de 2015 que suspendia sanções ao Irã em troca de limites ao seu programa nuclear. Washington reativou sanções que vêm abalando a economia iraniana.
Autoridades do regime dizem que as punições dos EUA prejudicam seus esforços para conter o surto, exortando outras nações e a Organização das Nações Unidas (ONU) a apelarem para que os EUA as descartem.
"Eles (EUA) estão tentando forçar Teerã a aceitar negociações com a América", disse Mousavi.
Trump diz que o acordo nuclear não era forte o suficiente e quer aplicar "pressão máxima" para o Irã aceitar restrições mais severas ao seu programa nuclear, suspender o desenvolvimento de mísseis balísticos e parar de apoiar forças que atuam em seu nome no Oriente Médio. O Irã vem dizendo há tempos que não negociará a menos que Washington suspenda as sanções.
(Por Parisa Hafezi)
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