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Bolsonaro diz que veto a auxílio para Estados atenderá em 100% a Guedes

Bolsonaro pode vetar trecho da proposta que exclui categorias do congelamento de salário previsto aos servidores públicos -
Bolsonaro pode vetar trecho da proposta que exclui categorias do congelamento de salário previsto aos servidores públicos

Da Reuters, em Brasília

11/05/2020 18h30

BRASÍLIA (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que sua decisão sobre veto a projeto de auxílio a Estados e municípios aprovado pelo Congresso atenderá em 100 por cento a posição do ministro da Economia, Paulo Guedes.

Segundo Bolsonaro, houve pedido dos governadores para que ele decida na quarta-feira sobre a sanção ou veto do projeto de ajuda aos Estados e municípios, com repasses de 60 bilhões de reais aos entes. Bolsonaro já alertou que pode vetar trecho da proposta que exclui algumas categorias do congelamento de salário previsto aos servidores públicos.

"Nós vamos atender em 100% o Paulo Guedes", disse o presidente a jornalistas. "Teve alguns pedidos que não foram atendidos, teve pedido de tempo. Daria para sancionar ou vetar hoje, se fosse necessário, houve um pedido por parte de alguns governadores para passar para quarta-feira a sanção ou o veto", afirmou.

"Então em princípio, em princípio, não quer dizer que vai ser atendido, nós vamos talvez na quarta-feira decidir. Talvez", ressaltou.

Bolsonaro argumentou que da forma como está redigido, o artigo sobre o tema dificulta a decisão ao tratar de muitas situações ao mesmo tempo, sem distribuir os assuntos por mais dispositivos. O presidente acrescentou ainda que caso vete mesmo as exceções ao congelamento, resolve-se uma parcela das pendências econômicas do país, restando à equipe econômica se debruçar sobre a desburocratização e a desregulamentação.

Ao votar a proposta sobre a ajuda aos entes federativos, o Senado listou as categorias de servidores que ficariam fora da proibição de aumento por 18 meses. A lista foi ampliada durante votação na Câmara, por meio de uma emenda do líder do governo, Major Vitor Hugo (PSL-GO), que garantiu contar com o aval do presidente da República. Dias depois, no entanto, Bolsonaro voltou atrás e, ao lado do ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que seguirá as orientações do chefe da pasta.

O congelamento de salários do funcionalismo foi a contrapartida negociada pela equipe econômica durante a discussão do projeto, que além de prever os repasses de 60 bilhões de reais por 4 meses, também trata da suspensão de pagamentos de dívidas entre Estados, municípios e União, e da reestruturação de operações de crédito interno e externo junto a instituições financeiras e instituições multilaterais de crédito em meio ao estado de calamidade por conta da crise do coronavírus.

(Por Lisandra Paraguassu e Maria Carolina Marcello)