Brigada da ONU no Congo abre fogo em posto de fronteira e mata dois
Por Stanis Bujakera
KINSHASA (Reuters) - Soldados que voltavam de licença para uma brigada de intervenção das Nações Unidas na República Democrática do Congo abriram fogo em um posto de fronteira, matando pelo menos duas pessoas e ferindo outras 15, disseram o governo do Congo e a força de paz da ONU neste domingo.
O incidente no posto fronteiriço Congo-Uganda em Kasindi, na região leste do país, é o mais recente envolvendo a missão de paz no Congo, conhecida como MONUSCO, que está sob mira de dias de protestos. Não ficou claro por que os soldados abriram fogo.
"Este grave incidente causou perda de vidas e ferimentos graves", disse Bintou Keita, representante especial do secretário-geral das Nações Unidas no Congo, em um comunicado.
Keita e o governo congolês disseram que uma investigação começou e os suspeitos foram presos.
"Perante este comportamento indescritível e irresponsável, os autores do tiroteio foram identificados e detidos enquanto aguardamos as conclusões da investigação que já começou em colaboração com as autoridades congolesas", disse Keita.
Ela acrescentou que foi feito contato com o país de origem dos militares para que os procedimentos legais possam ser iniciados com urgência. Ela não citou o país.
O governo do Congo disse em um comunicado que uma investigação preliminar mostrou que dois congoleses foram mortos e 15 outros ficaram feridos.
"O governo, juntamente com a MONUSCO, iniciou uma investigação para conhecer as razões de tal crime e obter punições severas", disse o porta-voz do governo, Patrick Muyaya, no comunicado.
Ele disse que as forças de paz envolvidas no incidente não farão mais parte dos contingentes da MONUSCO até o resultado de um plano para toda a força se retirar da República Democrática do Congo.
A MONUSCO substituiu uma operação anterior da ONU em 2010. A MONUSCO tinha mais de 12 mil soldados e 1.600 policiais implantados em novembro de 2021 e vem se retirando gradualmente há anos.
Desde que os protestos começaram na segunda-feira passada, pelo menos 20 pessoas, incluindo três soldados das forças de paz, foram mortas.
Os protestos foram estimulados por denúncias de que a missão não conseguiu proteger os civis contra a violência das milícias que ocorre há anos na região.
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