Banco Mundial diz que meta de acabar com pobreza extrema até 2030 dificilmente será cumprida
Por Andrea Shalal
WASHINGTON (Reuters) - Abalos relacionados à pandemia da Covid-19 e à guerra na Ucrânia significam que é improvável que o mundo cumpra uma meta de longa data de acabar com a pobreza extrema até 2030, disse o Banco Mundial em um novo relatório divulgado nesta quarta-feira.
A pandemia da Covid-19 marcou um ponto de virada histórico após décadas de redução da pobreza, segundo o relatório, com mais 71 milhões de pessoas vivendo em extrema pobreza em 2020.
Isso significa que 719 milhões de pessoas, ou cerca de 9,3% da população mundial, vivem com apenas 2,15 dólares por dia. A guerra em curso, o crescimento reduzido na China e os preços mais altos de alimentos e energia ameaçam paralisar ainda mais os esforços para reduzir a pobreza, mostrou o relatório.
Salvo ganhos acentuados de crescimento, estima-se que 574 milhões de pessoas, ou cerca de 7% da população mundial, ainda subsistiriam no mesmo nível de renda até 2030, principalmente na África, disse o documento.
O presidente do Banco Mundial, David Malpass, disse que o novo relatório Pobreza e Prosperidade Compartilhada mostra as perspectivas sombrias que dezenas de milhões de pessoas enfrentam e pediu grandes mudanças nas políticas para impulsionar o crescimento e ajudar nos esforços para erradicar a pobreza.
"O progresso na redução da pobreza extrema parou essencialmente em conjunto com o crescimento econômico global moderado", afirmou ele em um comunicado, culpando a inflação, as desvalorizações da moeda e crises mais amplas pelo aumento da pobreza extrema.
Indermit Gill, economista-chefe do Banco Mundial, disse que o fracasso em reduzir a pobreza nos países em desenvolvimento terá implicações profundas para a capacidade mais ampla do mundo de combater as mudanças climáticas e pode desencadear novos fluxos de imigrantes.
Para mudar de rumo, o Banco Mundial disse que os países devem aumentar a cooperação, evitar amplos subsídios, focar no crescimento de longo prazo e adotar medidas como impostos sobre propriedade e impostos sobre carbono que possam ajudar a aumentar a receita sem prejudicar as pessoas mais pobres.
A pobreza extrema está agora concentrada na África Subsaariana, que tem uma taxa de pobreza de cerca de 35% e representa 60% de todas as pessoas em extrema pobreza, de acordo com o relatório.
(Reportagem de Andrea Shalal)
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.