Macron diz que bases francesas na África serão administradas em parceria com países anfitriões
Por Michel Rose e Elizabeth Pineau
PARIS/LIBREVILLE (Reuters) - O presidente francês, Emmanuel Macron, disse nesta segunda-feira que as bases militares da França na África serão gradualmente coadministradas com as nações anfitriãs, depois que a França sofreu uma série de contratempos em sua antiga esfera de influência.
Em um discurso antes de uma viagem a quatro países africanos nesta semana, Macron disse que os militares franceses se tornarão menos visíveis e que o número de soldados será reduzido, em um esforço para diminuir as tensões na África Ocidental, onde o sentimento anti-França está aumentando.
"As bases como existem agora são uma herança do passado", disse ele a jornalistas no Palácio do Eliseu, em Paris, dois dias antes de viajar para o Gabão, o primeiro país de uma viagem que também o levará a países que não eram ex-colônias francesas, entre eles Angola e a República Democrática do Congo.
“Estas bases não vão ser encerradas, mas sim reorganizadas”, disse, adiantando que as novas bases, ou “academias”, vão começar a ser gradualmente “africanizadas” e geridas em articulação com parceiros africanos e europeus.
A viagem acontece pouco mais de uma semana depois que Burkina Faso expulsou as tropas francesas e encerrou um acordo militar que permitia à França combater insurgentes no país da África Ocidental, tornando-se o país africano mais recente a rejeitar a ajuda de Paris.
A França retirou suas forças do Mali no ano passado depois que a junta militar que comanda o país começou a trabalhar com militares russos privados.
(Reportagem de Michel Rose, Sudip Kar-Gupta e Layli Foroudi, em Paris, e Elizabeth Pineau, em Libreville)
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