Lula não teve acesso à imagens de Gonçalves Dias no Planalto em 8/01 antes de quarta-feira, diz Pimenta
(Reuters) - O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, disse nesta quinta-feira que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não tinha tido acesso antes de quarta-feira às imagens que mostram o agora ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional GSI Marco Gonçalves Dias dentro do Palácio do Planalto em meio aos atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Em entrevista à GloboNews, Pimenta afirmou que Lula foi informado anteriormente que as imagens não existiam, mas disse que ainda estava apurando quem deu essa informação incorreta a Lula.
"O presidente Lula havia solicitado, na semana após os atos, acesso às imagens. As imagens que o presidente teve acesso não têm essas imagens (de Gonçalves Dias)", disse o ministro à emissora.
"O presidente inclusive, como conhece o Palácio, chegou a perguntar claramente sobre as imagens daquela câmera que fica voltada para a entrada da área onde fica o gabinete do presidente. Essas imagens ele não conhecia... disseram que existiam (apenas) as imagens que foram fornecidas a ele", seguiu.
Pimenta insistiu por mais de uma vez que foi Gonçalves Dias, conhecido como GDias, quem decidiu pedir demissão do cargo após a divulgação pela CNN Brasil de imagens que o mostram circulando no Palácio do Planalto em meio aos ataques de vândalos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no começo do ano.
"A decisão de saída do general (da reserva) Gonçalves Dias foi dele. O presidente Lula sempre parte do princípio do direito à defesa e ao contraditório. Quando chegaram as imagens e as primeiras informações, foi concedido a ele exatamente a oportunidade para que ele pudesse apresentar sua versão... e ele entendeu que deveria pedir para sair e o pedido foi aceito pelo presidente Lula", afirmou.
Pimenta disse que o episódio é uma oportunidade para debater a função do GSI e uma eventual reestruturação do setor de inteligência.
De acordo com o ministro, no entanto, no momento não existe um "debate organizado" sobre o assunto e que discussões devem ocorrer na próxima semana, quando Lula estará em viagem a Europa, para que, quando o presidente retornar ao Brasil, ele possa tomar uma decisão.
(Reportagem de Eduardo Simões e Fernando Cardoso)
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