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Turquia terá segundo turno nas eleições presidenciais após Erdogan liderar adversários

Presidente liderava confortavelmente o primeiro turno das eleições nesta segunda-feira, com chance de estender seu comando para uma terceira década. - Alkis Konstantinidis/Reuters
Presidente liderava confortavelmente o primeiro turno das eleições nesta segunda-feira, com chance de estender seu comando para uma terceira década. Imagem: Alkis Konstantinidis/Reuters

Mehmet Emin Caliskan, Jonathan Spicer, Can Sezer, Ezgi Erkoyun e Karin Strohecker

Em Ancara, Turquia

15/05/2023 09h30

O presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, liderava confortavelmente o primeiro turno das eleições turcas nesta segunda-feira, com seu rival enfrentando um cenário difícil para impedi-lo de estender seu comando para uma terceira década no segundo turno em 28 de maio.

Os ativos turcos enfraqueceram com as notícias, que mostraram Erdogan pouco abaixo do limite de 50% necessário para evitar um segundo turno de uma eleição presidencial vista como um julgamento sobre seu governo autocrático.

A Aliança do Povo de Erdogan, que compreende seu Partido AK, de raízes islâmicas, e parceiros nacionalistas, também parecia prestes a obter maioria no novo Parlamento com 321 das 600 cadeiras, aumentando ainda mais suas chances no segundo turno.

"O vencedor, sem dúvida, foi o nosso país", disse Erdogan em um discurso para apoiadores na sede do Partido AK na capital Ancara durante a noite.

Antes das eleições de domingo, a oposição achava que tinha a melhor chance até agora de derrubar Erdogan, reforçada por pesquisas que mostravam o presidente atrás de seu principal adversário, Kemal Kilicdaroglu. Mas os resultados sugeriram que Erdogan e seu partido AK conseguiram reunir eleitores conservadores, apesar da crise do custo de vida.

Kilicdaroglu, chefe de uma aliança de seis partidos, prometeu vencer no segundo turno e acusou o partido de Erdogan de interferir na contagem e divulgação dos resultados. Ele pediu paciência a seus apoiadores, que estavam desanimados nesta segunda-feira.

"Estamos tristes, estamos deprimidos com toda a situação. Esperávamos resultados diferentes", disse Volkan Atilgan, sentado perto de uma estação de balsas em Istambul. "Se Deus quiser, vamos conseguir essa vitória no segundo turno."

Por outro lado, os apoiadores de Erdogan ficaram exultantes com os resultados. O engenheiro de segurança cibernética Feyyaz Balcu, de 23 anos, está confiante de que Erdogan pode resolver os problemas econômicos da Turquia.

"É muito importante para todo o povo turco que Erdogan vença as eleições. Ele é um líder mundial e todos os turcos e muçulmanos querem Erdogan como presidente", afirmou ele.

Com 99% das urnas apuradas, Erdogan liderava com 49,4% dos votos e Kilicdaroglu tinha 44,96%, disse o presidente do Conselho Eleitoral, Ahmet Yener, a repórteres. A participação foi muito alta: 88,8%.

O terceiro candidato, o nacionalista Sinan Ogan, obteve 5,2% dos votos e analistas disseram que ele pode desempenhar um papel fundamental no segundo turno se decidir apoiar um dos dois.

A eleição foi observada de perto por Europa, Washington, Moscou e em toda a região, onde Erdogan afirmou o poder turco ao mesmo tempo em que fortaleceu os laços com a Rússia e colocou pressão na tradicional aliança de Ancara com os Estados Unidos.