Brasil e Cuba buscam relançar suas relações comerciais e políticas, diz Amorim

HAVANA (Reuters) - O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, e o assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva Celso Amorim se reuniram nesta sexta-feira em Havana, e o representante do governo brasileiro expressou sua intenção de restabelecer as relações comerciais e políticas com a ilha caribenha.

"Queremos fazer da relação Brasil-Cuba... uma relação de grande amizade, que contribua também para a paz em nossa região, porque a paz é o grande objetivo da diplomacia; o crescimento econômico também", disse Amorim, segundo o site da Presidência de Cuba.

Amorim, que se reuniu anteriormente com o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Bruno Rodríguez, entregou a Díaz-Canel uma carta enviada por Lula, na qual o presidente disse que é a "expressão do desejo de relançar e fortalecer as relações entre o país sul-americano e a ilha".

Amorim, que já foi ministro das Relações Exteriores do Brasil, também disse que em breve uma missão de empresários do agronegócio e um grupo de especialistas em saúde viajará a Cuba.

O líder do PT é um dos aliados políticos de longa data de Havana e fortaleceu seus laços com o governo cubano desde seu primeiro mandato presidencial em 2003.

Posteriormente, as relações bilaterais foram mantidas com sua sucessora, Dilma Rousseff, mas depois que Jair Bolsonaro chegou ao poder (2019-2022), os laços se deterioraram ao nível mais baixo.

Um acordo de cooperação com um grupo de médicos cubanos que atuava em várias cidades brasileiras sob o comando da Organização Mundial da Saúde (OMS) foi rompido após uma série de tensões com o governo Bolsonaro.

Cuba participava, desde agosto de 2013, do "Programa Mais Médicos" por iniciativa de Dilma Rousseff. Díaz-Canel e Lula já haviam se reunido em junho passado em Paris, em um encontro que o líder cubano qualificou de "fraterno".

(Reportagem de Nelson Acosta)

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