Moradores do sul do Líbano correm de volta para casa durante trégua e esperam fim do confronto

Por Aziz Taher e Hussein Alwaaile

MAYS AL-JABAL, Líbano (Reuters) - Moradores do sul do Líbano, que fugiram no mês passado em meio aos conflitos na fronteira israelense, correram de volta para casa para inspecionar os danos causados pela guerra entre Israel e o grupo palestino Hamas, e esperam que a atual trégua acabe com os piores episódios de violência na região em quase 20 anos.

Negociadores fazem um apelo a Israel e ao Hamas para prolongar o cessar-fogo de seis dias em um conflito que tem provocado ondas de choque em toda a região desde 7 de outubro, se estendendo através da fronteira entre Líbano e Israel, onde as forças israelenses e o Hezbollah, apoiado pelo Irã, têm trocado tiros. 

A aproximadamente 200 quilômetros da Faixa de Gaza, no sul do Líbano, as pessoas em áreas marcadas pelos bombardeios de Israel estavam gratas por conseguirem regressar às suas casas desde sexta-feira, quando o cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor.

“Estamos muito felizes por ter voltado à aldeia”, disse Mbadda Salloum, um morador da aldeia de Yaroun, na porta de uma igreja danificada nas trocas de hostilidades. 

Ele fugiu para o norte com a família, para a capital, Beirute. "Desejamos que esta trégua seja permanente, se Deus quiser."

Com Israel conduzindo ataques aéreos e de artilharia e o Hezbollah disparando foguetes contra posições israelenses na fronteira, o momento marca o pior período de violência na fronteira libanesa desde que o Hezbollah, um aliado do Hamas, e Israel travaram uma guerra em 2006.

Muitas famílias estão aproveitando a pausa nos combates para recolher pertences de suas casas e avaliar os danos. As escolas e a maioria das lojas estão fechadas na região. 

Cerca de 55.500 pessoas em todo o sul do Líbano fugiram das suas casas até o dia 21 de novembro, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU). Muitos também fugiram de suas casas no norte de Israel.

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“Eles sentiram falta das suas casas e das suas terras”, disse Kassem Jaber, prefeito da aldeia de Mhaibib. As pessoas esperaram nos arredores da aldeia até pouco depois das 7h da sexta-feira passada, quando a trégua entrou em vigor, disse ele, e depois voltaram correndo para suas casas.

Enormes pedaços de paredes estavam faltando, janelas estavam quebradas e pilhas de pratos e móveis quebrados estavam espalhados pela sala de estar da moradora Amal Jaber.

“As construções não são importantes, nós nos preocupamos com as pessoas (que morreram)”, disse ela.

Os ataques israelenses mataram cerca de 100 pessoas no Líbano -- 80 delas combatentes do Hezbollah -- desde 7 de outubro.

(Reportagem de Aziz Taher e Hussein Al Waille, em Mays Al-Jabal; reportagem adicional de Laila Bassam e Maya Gebeily, em Beirute)

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