UE terá embate sobre negociações de adesão da Ucrânia, Hungria se mantém contrária

Por Andrew Gray e Krisztina Than

BRUXELAS (Reuters) - A Hungria disse nesta segunda-feira que não se curvará à pressão de outros países da União Europeia para dar sinal verde às negociações de adesão com a Ucrânia, preparando o terreno para um confronto em uma cúpula da UE nesta semana.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia afirmou que seria "devastador" para seu país e para a UE se a cúpula de 14 e 15 de dezembro não desse o sinal verde para as negociações de adesão e mais ajuda financeira e militar para Kiev se defender contra a invasão da Rússia.

O primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, que se vangloria de seus laços com o presidente russo Vladimir Putin, ameaçou vetar as negociações de ajuda e ampliação.

Outros Estados da UE, incluindo o membro mais rico, a Alemanha, disseram que apoiam o início das negociações com Kiev sobre o longo processo de adesão ao bloco, mas Budapeste se manteve firme.

"A maioria dos políticos europeus quer tomar decisões muito importantes que carecem de um acordo estratégico sobre o futuro da Europa", escreveu o ministro das Relações Exteriores, Peter Szijjarto, no Facebook antes de uma reunião dos ministros das Relações Exteriores da UE em Bruxelas que ajudará a preparar a cúpula.

"Não cederemos a nenhuma pressão (...) independentemente de onde ela venha, de quem venha e que tipo de chantagem seja ou prometa."

A Hungria não está em desacordo com seus parceiros da UE pela primeira vez. Ela atenuou as sanções contra a Rússia e, em dezembro passado, vetou um acordo para conceder à Ucrânia 18 bilhões de euros em 2023.

"Quero acreditar que os europeus estarão unidos (...) e hoje enviaremos mensagens claras ao nosso colega húngaro para que isso aconteça", disse a ministra das Relações Exteriores da França, Catherine Colonna.

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O ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, descreveu a situação como "um choque de ideologias, entre aqueles que querem que a Europa seja forte e aqueles que não querem a UE de forma alguma".

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