OMS suspende entrega de ajuda médica ao norte de Gaza por falta de garantias de segurança
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que foi obrigada a cancelar uma missão para levar suprimentos médicos ao norte de Gaza no domingo, depois de não ter recebido garantias de segurança.
Foi a quarta vez que a OMS teve que cancelar uma missão planejada para levar suprimentos médicos urgentemente necessários ao Hospital Al-Awda e à farmácia central no norte de Gaza desde 26 de dezembro, de acordo com a agência.
"Já se passaram 12 dias desde a última vez que conseguimos chegar ao norte de Gaza", escreveu o escritório da OMS nos territórios palestinos ocupados na plataforma de mídia social X.
"Bombardeios pesados, restrições de movimento e comunicações interrompidas estão tornando quase impossível a entrega de suprimentos médicos com regularidade e segurança em Gaza, particularmente no norte."
A entrega planejada no domingo, segundo a OMS, visava sustentar as operações de cinco hospitais na parte norte do enclave.
O porta-voz do governo israelense Eylon Levy disse que não tinha informações sobre a afirmação da OMS, encaminhando as perguntas às Forças de Defesa de Israel.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou estar "chocado com a escala das necessidades de saúde e da devastação no norte de Gaza".
"Mais atrasos levarão a mais mortes e sofrimento para um número enorme de pessoas", escreveu ele no X.
Em comentários separados, o grupo de ajuda International Rescue Committee disse que sua equipe médica de emergência e a instituição de caridade Medical Aid for Palestinians foram forçadas a se retirar e encerrar suas atividades no Hospital Al-Aqsa, na área central de Gaza, devido à crescente atividade militar de Israel na região.
A ofensiva israelense lançada após um ataque mortal do Hamas no sul de Israel em 7 de outubro deslocou a maior parte dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza, deixou muitas casas e infraestruturas civis em ruínas e causou escassez aguda de alimentos, água e medicamentos.