Igreja Anglicana analisa mudança em política para refugiados após polêmica sobre conversões

Por Muvija M

LONDRES (Reuters) - A Igreja Anglicana está analisando a possibilidade de atualizar sua orientação ao clero sobre o apoio e a pregação religiosa para refugiados em busca de asilo, em meio a preocupações de que a instituição esteja aproveitando a situação para converter pessoas que tentam permanecer no Reino Unido.

O papel da igreja no sistema de asilos está sob holofotes desde relatos da imprensa de que líderes religiosos ajudaram um homem afegão que teve inicialmente seu pedido de asilo negado no Reino Unido apenas após ele se converter ao cristianismo.

Abdul Ezedi, que recebeu a autorização do refúgio apesar de ter uma condenação por violência sexual, é suspeito de ter realizado um ataque com corrosívos químicos no sul do Londres neste mês, que deixou várias pessoas com ferimentos graves. A polícia afirmou que seu corpo foi resgatado no Rio Tâmisa.

“A orientação de ajuda aos que buscam asilo está sob escrutínio público, e portanto também dentro da Igreja recentemente”, afirmou nesta sexta-feira Mark Sheard, do Conselho dos Arcebispos, em resposta a uma pergunta sobre os ensinamentos passados após uma reunião de cinco dias do Sínodo Geral, órgão que administra a Igreja Anglicana, em Londres.

Antes do incidente com Ezedi, o arcebispo de Canterbury, Justin Welby, criticou publicamente os planos do governo de enviar a Ruanda os refugiados que chegam sem permissão na Grã-Bretanha.

“Muito mudou na legislação e nas políticas sobre o asilo nos últimos anos, então uma atualização está sendo pensada”, afirmou Sheard. “Mas nada mudou, apesar da interpretação errada da imprensa de vários matizes, sobre o fato de que é dever do Home Office (Ministério do Interior), não das igrejas, de tomar decisões sobre os pedidos de asilo.”

A igreja também analisará casos de conversão, preparação para batismo e discipulado contínuo, além de histórias de diferentes abordagens.

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