Proposta dos EUA sobre juros de ativos russos congelados está ganhando força, dizem fontes

Por Andrea Shalal

WASHINGTON (Reuters) - Uma proposta dos Estados Unidos de usar os juros futuros de cerca de 300 bilhões de dólares em ativos russos congelados para ajudar a Ucrânia, em vez de confiscá-los, está ganhando força entre os países do G7, disseram duas autoridades do grupo.

A garantia dos juros obtidos sobre os ativos russos congelados, que chegariam a cerca de 5 bilhões de dólares por ano, está surgindo como uma das opções favoritas para superar as diferenças entre os EUA e a Europa antes da cúpula dos líderes do G7 na Itália, em junho.

No entanto, os membros do G7 ainda estão discutindo sobre certas "retenções" que reduziriam esses lucros para apenas 2,5 bilhões a 3 bilhões de dólares, disse uma das autoridades, apontando para a alíquota tributária de 25% da Bélgica, uma "taxa de conveniência" aplicada pelo depositário Euroclear e uma reserva de litígio proposta.

Os ministros das Finanças do G7 revisitarão a questão em uma reunião no final de maio, com o objetivo de chegar a uma proposta para apresentar aos líderes na cúpula de junho, disseram as autoridades.

"Temos um senso de urgência para construir um consenso internacional", disse a autoridade. "Todos reconhecem que precisamos fazer mais."

Uma segunda autoridade do G7 concordou com essa posição, ressaltando a necessidade de garantir um fluxo de financiamento de longo prazo para a Ucrânia.

Uma autoridade sênior dos EUA disse que a aprovação pelo Congresso de cerca de 61 bilhões de dólares em ajuda para a Ucrânia e um pacote separado de 50 bilhões de euros da União Europeia ajudarão Kiev, mas o aliado ainda enfrenta lacunas de financiamento em 2025 e 2026.

Washington continua insistindo que todas as opções - incluindo a apreensão total dos ativos russos - são justificadas pelo direito internacional e devem permanecer sobre a mesa, mas quer construir um consenso em torno de uma ideia que pode ajudar a Ucrânia agora, disse a autoridade.

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O G7 é formado por EUA, Canadá, Japão, Reino Unido, França, Alemanha e Itália.

A mudança de Washington no sentido de se concentrar nos juros dos ativos ocorre depois que seu esforço para confiscar os ativos encontrou resistência maciça de França, Alemanha e do Banco Central Europeu, que temem que o euro possa ser afetado se outros países, como a China, começarem a repatriar suas reservas como precaução contra seu possível confisco no futuro.

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