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Guerra da Rússia-Ucrânia

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Putin diz que Rússia não precisa de armas nucleares para vencer Ucrânia

"Uso [de armas nucleares] é possível em um caso excepcional. Não creio que esse caso tenha ocorrido" Imagem: Anton Vaganov/Reuters

07/06/2024 13h48Atualizada em 07/06/2024 14h53

O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira (7) que não é preciso usar armas nucleares para garantir a vitória da Rússia na Ucrânia, o sinal mais forte já dado pelo chefe do Kremlin de que não haverá um ataque nuclear.

Putin, cujas forças vêm avançando no leste da Ucrânia nos últimos meses, disse que não via condições para o uso de tais armas e pediu que as pessoas parassem de discutir o tópico nuclear.

No entanto, Putin, que lidera a maior potência nuclear do mundo, disse que não descartava mudanças na doutrina nuclear russa, que estabelece as condições sob as quais essas armas poderiam ser usadas.

Ele também disse que, se necessário, a Rússia poderia testar uma arma nuclear, embora não visse necessidade de fazê-lo no momento.

A declaração de Putin veio em resposta a uma pergunta de Sergei Karaganov, um influente analista russo, que perguntou se o presidente deveria apontar uma "pistola nuclear para a têmpora" do Ocidente em relação à Ucrânia.

"O uso é possível em um caso excepcional — no caso de uma ameaça à soberania e à integridade territorial do país. Não creio que esse caso tenha ocorrido. Não há essa necessidade", disse Putin no Fórum Econômico Internacional de São Petersburgo.

Mas essa doutrina é uma ferramenta viva e estamos observando cuidadosamente o que está acontecendo no mundo ao nosso redor. Não excluímos a possibilidade de fazer algumas mudanças nessa doutrina. Isso também está relacionado aos testes de armas nucleares.
Vladimir Putin, presidente da Rússia

Doutrina nuclear

A doutrina nuclear russa publicada em 2020 estabelece as condições sob as quais um presidente russo consideraria o uso de uma arma nuclear: em termos gerais, como resposta a um ataque usando armas nucleares ou outras armas de destruição em massa, ou ao uso de armas convencionais contra a Rússia "quando a própria existência do Estado é colocada sob ameaça".

"Se necessário, realizaremos testes. Até o momento, também não há necessidade disso, já que nossos recursos de informação e informática nos permitem produzir tudo em sua forma atual."

No ano passado, Karaganov propôs um ataque nuclear limitado a um membro da Otan na Europa para forçar o Ocidente a recuar no conflito sobre a Ucrânia e, assim, evitar a Terceira Guerra Mundial.

Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, flexibilizou algumas restrições ao uso de armamentos norte-americanos pela Ucrânia dentro da Rússia, o que provocou alertas de Moscou sobre uma escalada potencialmente perigosa no conflito.

Putin disse na quarta-feira (5) que poderia colocar mísseis convencionais a uma distância de ataque dos Estados Unidos e de seus aliados europeus se eles permitissem que a Ucrânia atacasse mais dentro do território russo com armas ocidentais de longo alcance. Ele também disse que o Ocidente estava errado ao presumir que a Rússia nunca usaria armas nucleares.

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