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Mortes de civis em Gaza em operação de Israel podem ser crimes de guerra, diz ONU

Ataque aéreo de Israel atingiu a área central de Nuseirat, em Gaza, onde o Hamas mantinha os reféns Imagem: Abed Khaled/Reuters

Gabrielle Tétrault;Farber;

11/06/2024 09h11Atualizada em 11/06/2024 09h59

O escritório de direitos humanos da ONU disse nesta terça-feira (11) que os assassinatos de civis em Gaza durante operação israelense para libertar quatro reféns, bem como a manutenção de reféns por grupos armados palestinos em áreas densamente povoadas, podem ser considerados crimes de guerra.

Israel afirmou que a operação, acompanhada de um ataque aéreo, ocorreu no sábado (8) no coração de um bairro residencial na área central de Nuseirat, em Gaza, onde o Hamas mantinha os reféns em dois blocos de apartamentos separados.

A operação matou mais de 270 palestinos, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza.

"A maneira como o ataque foi conduzido em uma área tão densamente povoada coloca seriamente em questão se os princípios de distinção, proporcionalidade e precaução — conforme estabelecido nas leis da guerra — foram respeitados pelas forças israelenses", disse Jeremy Laurence, porta-voz do escritório de direitos humanos da ONU.

Laurence acrescentou que a manutenção de reféns em áreas tão densamente povoadas por grupos armados palestinos estava "colocando a vida de civis palestinos, bem como a dos próprios reféns, em risco adicional devido às hostilidades".

"Todas essas ações, por ambas as partes, podem ser consideradas crimes de guerra", afirmou ele.

Em resposta à declaração, a Missão Permanente de Israel nas Nações Unidas em Genebra acusou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos de "caluniar Israel".

"O número de vítimas dessa guerra entre os civis é, antes de tudo, produto da estratégia deliberada do Hamas para maximizar os danos aos civis", disse a missão.

O conflito em Gaza foi desencadeado quando combatentes do Hamas atacaram Israel em 7 de outubro e mataram cerca de 1.200 pessoas, de acordo com os registros israelenses. O subsequente bombardeio e a invasão de Gaza por Israel mataram mais de 37.000 palestinos, segundo autoridades de saúde do enclave administrado pelo Hamas.

Os homens armados levaram cerca de 250 reféns a Gaza em 7 de outubro, mais de 100 dos quais foram libertados em troca de cerca de 240 palestinos mantidos em prisões israelenses durante uma trégua de uma semana em novembro.

Há 116 reféns restantes no enclave costeiro, de acordo com os registros israelenses, incluindo pelo menos 40 que as autoridades israelenses consideram estar mortos.

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