Taxas de natalidade caem pela metade nos países mais ricos devido ao peso dos custos, diz OCDE

Por Matteo Allievi

(Reuters) - As taxas de natalidade caíram drasticamente em alguns dos países mais ricos do mundo e provavelmente continuarão baixas, já que as preocupações econômicas fazem com que as pessoas avaliem os custos de ter filhos, segundo um relatório da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

Muitos dos países membros da OCDE estão agora optando por ter filhos mais tarde na vida ou nem sequer tê-los, disse a organização em um documento divulgado nesta quinta-feira. "Homens e mulheres jovens estão cada vez mais encontrando sentido na vida fora da paternidade e maternidade", acrescentou.

A taxa de fertilidade total caiu de 3,3 em 1960 para 1,5 filho por mulher em 2022, em média, nos países da OCDE, segundo o relatório, usando uma unidade que mede o número médio de filhos nascidos por mulher ao longo da vida.

"Embora os países da OCDE estejam usando uma série de opções de políticas para apoiar as famílias, o custo econômico e a incerteza financeira de longo prazo de ter filhos continuam a influenciar significativamente a decisão das pessoas de se tornarem pais", disse Stefano Scarpetta, chefe da Diretoria de Emprego, Trabalho e Assuntos Sociais da OCDE, em uma teleconferência.

Taxas de fertilidade total particularmente baixas foram medidas na Coreia, com 0,7, e na Itália e na Espanha, cada uma com 1,2 filho por mulher. As mais altas foram registradas em Israel, com 2,9, seguidas pelo México e pela França, cada um com 1,8.

A idade média das mulheres que dão à luz aumentou de 28,6 em 2000 para 30,9 em 2022 no grupo das principais economias industrializadas.

Ao comparar as mulheres nascidas em 1935 e em 1975, o percentual de mulheres sem filhos dobrou na Estônia, Itália, Japão, Lituânia, Polônia, Portugal e Espanha, de acordo com os dados da OCDE.

"Definitivamente, a falta de filhos está aumentando em quase todos os lugares", disse Tomas Sobotka, pesquisador do Instituto de Demografia de Viena.

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A pressão de serem bons pais, o que implica dedicar tempo à criação dos filhos, também estava levando os jovens a adiar ou evitar a formação de famílias, disse a organização sediada em Paris.

"As evidências qualitativas da Europa revelam que um motivo importante pelo qual algumas mulheres na faixa dos 30 anos optam por adiar a maternidade é o fato de não acreditarem que possam viver de acordo com o ideal da maternidade", acrescentou.

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