Corte de gasto de Haddad será criativo e não confrontará esquerda
As equipes dos ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, estão preparando um pacote de corte de gastos com medidas criativas que não confrontem a esquerda. O relato foi feito à coluna por fontes da equipe econômica.
Auxiliares do ministros estão cientes de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não vai aceitar uma nova reforma da Previdência, desatrelar benefícios sociais do salário mínimo ou uma mudança nos pisos de saúde e educação. Por isso estudam cortes de gastos que vão diluir o ônus entre todas as categorias, particularmente os mais ricos.
As medidas ainda estão em discussão, mas foram citadas como exemplos dessa "filosofia" cortes nos supersalários do Judiciário, eventuais mudanças nas aposentadorias dos militares, reduções de programas sociais ineficientes para focar no Bolsa Família, desvinculação de outras partes do Orçamento.
Ainda não há uma definição das equipes sobre quais medidas serão efetivamente apresentadas ao presidente. Também não há decisão se virão todas em conjunto ou aos poucos.
Os técnicos continuam focados na redução dos gastos tributários e em medidas que possam corrigir distorções na arrecadação, mas também estão cientes de que existe um questionamento do mercado sobre a sustentabilidade do arcabouço fiscal, já que algumas despesas crescem mais do que o teto geral. E afirmam que estão debruçados sobre a questão desde abril.
Em entrevista ao UOL, Lula colocou em dúvida a disposição do governo para reduzir despesas ao questionar se era melhor cortar gastos ou elevar a arrecadação. As declarações do presidente levaram o dólar a fechar em R$ 5,51, maior valor em dois anos e meio.
Reportagem
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