Investidores unem forças para pressionar por ações políticas contra degradação da natureza 

Por Simon Jessop

LONDRES (Reuters) - Um grupo de mais de 200 investidores apoiou nesta quarta-feira um plano para começar conversas sobre biodiversidade com 60 empresas, focando nas que estão ativas em países com ecossistemas sob risco de perda de florestas ou degradação da terra.

A iniciativa Spring chega antes de conversas globais na Colômbia, em outubro, com o objetivo de acelerar esforços para proteger e restaurar a natureza, parte dos parâmetros de um acordo fechado em 2022, chamado Global Biodiversity. 

Lançado pelo Princípios para Investimento Responsável, uma rede com apoio da ONU, o processo da Spring será focado em ações políticas para apoiar os biomas mais importantes do planeta. 

"O que estamos vendo dos investidores é um reconhecimento da importância da natureza ao administrar riscos materiais de investimento, como desmatamento e perda de biodiversidade, quando alinhados com os seus deveres fiduciários individuais", disse o presidente-executivo da Princípios, David Atkin, em um comunicado. 

Todas as empresas são importantes no setores de alimentos e agricultura, mineração, automotivo, químico ou bancário, e ou tem grande exposição à degradação da natureza ou um papel influente em relações com formuladores de políticas. 

Entre elas estão a empresa francesa de cosméticos L’Oreal, na qual as conversas serão lideradas pelo CCLA Investment Management e o Dorval Asset Management; e a montadora japonesa Toyota, cujas conversas serão lideradas pela Nomura Asset Management. 

Em um comunicado, a Toyota afirmou que está trabalhando com os acionistas há muitos anos para promover conservação da biodiversidade e "continuará participando de um diálogo aberto e construtivo com investidores e iniciativas". 

A L’Oreal afirmou que o "compromisso de longa data" do grupo com a "preservação e o uso sustentável da biodiversidade se estende a fomentar parcerias e à participação em diálogos em andamento com investidores e iniciativas de sustentabilidade". 

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Gayaneh Shahbazian, gerente de Engajamento em Biodiversidade da Morningstar Sustainalytics, disse que a iniciativa busca encorajar as empresas a conduzir "um engajamento político responsável, uma alavanca importante interromper e reverter a perda da biodiversidade". 

As conversas buscarão melhorar o impacto das operações e gestão de risco, administração da cadeia de abastecimento e engajamento político das empresas sobre a natureza", disse a Princípios. 

"Interromper e reverter a perda de floresta e a degradação da terra é fundamental para um clima saudável, um futuro sustentável e resultados de investimentos de longo prazo", disse Emine Isciel, chefe de Clima e Meio-Ambiente, da Storebrand Asset Management.

"Reconhecemos a necessidade de políticas públicas sólidas para atingir esse objetivo."

(Reportagem adicional de Dominique Patton e Daniel Leussink)

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