Sinais de uma grande e iminente troca de prisioneiros entre Rússia e Ocidente se multiplicam

Por Andrew Osborn e Filipp Lebedev e Lucy Papachristou

MOSCOU (Reuters) - Sinais de uma grande troca de prisioneiros, tendo a Rússia e Belarus de um lado e os Estados Unidos, Alemanha, Eslovênia e Reino Unido do outro, multiplicaram-se nesta quarta-feira, mas não houve confirmação oficial do que pode ser a maior troca desde a Guerra Fria. 

Paul Whelan, ex-fuzileiro naval dos EUA, e Vladimir Kara-Murza, um dissidente russo-britânico, ambos presos na Rússia, sumiram de vista nesta quarta-feira, segundo seus advogados, após pelo menos sete dissidentes russos terem sido inesperadamente retirados de suas prisões nos últimos dias. 

O veículo de imprensa online russo Agenstvo publicou que pelo menos seis aviões especiais do governo russo voaram entre regiões onde prisões estão localizadas. A Reuters não conseguiu confirmar a informação em um primeiro momento. 

Enquanto isso, um advogado de Alexander Vinnik, russo detido nos Estados Unidos, recusou-se a confirmar o paradeiro do cliente à agência de notícias estatal RIA "até que a troca aconteça". Mas o advogado, Arkady Bukh, foi citado pela RIA dizendo ter sido informado por advogados representando presos na Rússia que eles estavam "em rota". 

A RIA também publicou que quatro russos presos nos Estados Unidos desapareceram da base de dados de prisioneiros operada pelo Departamento Federal de Prisões dos EUA, identificando-os como Vinnik, Maxim Marchenko, Vadim Konoshchenko e Vladislav Klyushin

Os EUA também estão detendo pelo menos outros dois cidadãos russos, Vladimir Dunaev e Roman Seleznev, condenados por sérios crimes cibernéticos, que também poderiam participar. 

O Kremlin se recusou a dizer se há uma troca iminente, assim como a embaixada da Rússia em Washington, e não houve comentários de países ocidentais. Esse tipo de trocas geralmente é mantido em sigilo até se concretizarem. 

A maior troca de prisioneiros desde a Guerra Fria ocorreu em 2010, envolvendo 14 pessoas no total. 

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(Reportagem de Andrew Osborn em Moscou e Filipp Lebedev e Lucy Papachristou em Londres)

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