OMS vai convocar comitê de emergência para avaliar risco internacional de surto de Mpox

Segundo a OMS, mais 50 casos de Mpox foram confirmados e outros foram considerados suspeitos em quatro países -- Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda ---, onde não haviam sido relatados casos anteriormente.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que decidiu convocar um comitê de emergência em função da disseminação da Mpox nos países vizinhos e da possibilidade de uma futura disseminação internacional dentro e fora da África.

Um comitê de emergência é formado por especialistas internacionais que fornecem consultoria técnica e recomendações ao chefe da OMS para avaliar se um surto de doença configura "emergência de saúde pública de interesse internacional", nível mais alto de alerta da agência. A decisão final é tomada pelo diretor-geral.

Afiliada à ONU, a OMS informou que o comitê de emergência será reunido "o mais rápido possível", mas não forneceu uma data definitiva para a reunião ou outros detalhes.

"Liberamos 1 milhão de dólares do fundo de contingência da OMS para emergências para apoiar a ampliação da resposta e planejamos liberar mais nos próximos dias", disse Tedros a jornalistas em uma ligação.

Tedros acrescentou que a agência acionou o processo de listagem de uso emergencial das duas vacinas contra a Mpox -- Jynneos, da Bavarian Nordic, e LC16, da KM Biologics -- para ajudar a acelerar o acesso à imunização. As autoridades do Congo aprovaram o uso das duas vacinas em junho.

O surto teve início com a disseminação de uma cepa endêmica, conhecida como Clade I. Mas a nova variante, conhecida como Clade Ib, parece se disseminar mais facilmente por meio do contato próximo de rotina, como parece ser o caso entre as crianças.

A presença da cepa Clade Ib foi confirmada no Quênia, Ruanda e Uganda, disse Tedros e a cepa de Burundi ainda está sendo analisada.

Uma forma diferente e menos grave do vírus -- Clade IIb -- espalhou-se pelo mundo em 2022, principalmente por meio de contato sexual entre homens que fazem sexo com homens, o que levou a OMS a declarar uma emergência de saúde pública. Embora isso tenha terminado, a OMS disse que a doença continua representando uma ameaça à saúde.

(Reportagem de Bhanvi Satija e Unnamalai L em Bengaluru)