Eleitores hispânicos preferem Kamala em saúde e clima, mostra pesquisa Reuters/Ipsos

Por Jason Lange e Bo Erickson

WASHINGTON (Reuters) - Kamala Harris neutralizou a vantagem de Donald Trump na economia entre os eleitores hispânicos, e sua liderança de 13 pontos percentuais nesse grupo reflete o fato de que eles preferem amplamente a abordagem dela sobre saúde e mudanças climáticas, segundo pesquisa Reuters/Ipsos.

Em relação a essas últimas questões, os hispânicos preferem a abordagem da vice-presidente democrata Kamala à do ex-presidente republicano Trump por amplas margens - 18 pontos para saúde e 23 pontos para mudança climática.

Fatia diversificada e de rápido crescimento do eleitorado dos EUA, os hispânicos são um alvo atraente para ambos os candidatos em uma disputa que foi abalada em julho, quando o presidente democrata Joe Biden desistiu de sua campanha de reeleição e passou o bastão para Kamala.

A pesquisa Reuters/Ipsos, realizada de 21 a 28 de agosto, mostrou que as principais questões para os eleitores hispânicos registrados antes da eleição de 5 de novembro seguem em grande parte as do país em geral, com economia, imigração, saúde e mudança climática se destacando como as prioridades do grupo.

Enquanto os eleitores registrados em geral favorecem a abordagem de Trump na economia em relação à de Kamala por 45% a 36%, os eleitores hispânicos registrados os consideram igualmente, com cada um recebendo 39% de apoio. Isso reflete uma melhora para os democratas, depois que uma pesquisa Reuters/Ipsos em maio mostrou Biden atrás de Trump por 4 pontos na economia na visão dos eleitores hispânicos.

Os eleitores hispânicos preferiram Kamala na política de saúde, por 46% a 29%, e na mudança climática, com uma vantagem de 46% a 23%, uma vantagem maior do que a que ela teve entre o eleitorado mais amplo, que também a favoreceu nessas duas questões.

Trump manteve a vantagem em relação à política de imigração, com os eleitores hispânicos preferindo-o por 42% a 37%, uma vantagem menor do que a de 46% a 36% entre o eleitorado mais amplo.

"O voto latino é provavelmente o grupo de eleitores que não tem partido definido mais puro dos Estados Unidos no momento e continuará sendo por muito tempo", disse Chuck Rocha, estrategista democrata que assessorou a campanha de Bernie Sanders em 2016, inclusive no que se refere ao contato com os latinos.

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Rocha disse que Kamala Harris, que é negra e descendente de sul-asiáticos e cujos pais imigraram da Jamaica e da Índia para os EUA, está conquistando o apoio dos hispânicos ao contar uma história de vida aspiracional que se contrapõe à força de Trump na economia, onde ele tem uma vantagem de 20 pontos entre os eleitores brancos.

Muitos eleitores hispânicos têm pais ou avós que imigraram para os Estados Unidos, e sua renda abaixo da média os deixou mais vulneráveis ao aumento da inflação nos EUA em 2021 e 2022.

A pesquisa foi realizada nacionalmente e reuniu respostas de 4.253 adultos norte-americanos, incluindo 3.562 eleitores registrados e 412 eleitores hispânicos registrados. As margens de erro foram de cerca de 2 pontos percentuais para os eleitores em geral e de cerca de 4 pontos para os hispânicos.

Os hispânicos constituíam cerca de 14% dos cidadãos norte-americanos em idade de votar em 2022, em comparação com 9% nas estimativas do Census Bureau para 2005-2009. Biden ganhou o voto hispânico por 21 pontos em 2020, de acordo com uma análise de pesquisa de boca de urna da Pew Research, portanto, a atual vantagem de 13 pontos de Kamala entre os eleitores hispânicos registrados, caso se mantenha até o dia da eleição, seria um sinal de melhoria para Trump.

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