Rússia diz que pode "combinar" potencial com China caso enfrentem ameaça dos EUA

Por Dmitry Antonov

MOSCOU (Reuters) - A Rússia disse nesta quarta-feira que sua parceria com a China não tem como objetivo combater outros países, mas que as duas potências podem "combinar seu potencial" se enfrentarem uma ameaça dos Estados Unidos.

"Gostaria de lembrar que Moscou e Pequim responderão à 'dupla contenção' dos Estados Unidos com uma 'dupla contra-ação'", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, quando questionada sobre uma possível instalação de mísseis norte-americanos no Japão.

O Japan Times informou em 7 de setembro que os EUA haviam manifestado interesse em instalar um sistema de mísseis de médio alcance no Japão para exercícios militares conjuntos.

"Está claro que tanto a Rússia quanto a China reagirão ao surgimento de ameaças adicionais e muito significativas de mísseis, e sua reação estará longe de ser política, o que também foi repetidamente confirmado pelos dois países", disse Zakharova aos repórteres no briefing semanal.

Ela disse que a Rússia e a China têm uma parceria estratégica que não é agressiva em suas intenções.

"Nossas relações não são dirigidas contra países terceiros... e a dupla contra-ação não contradiz isso. Essa é uma posição defensiva, não é uma iniciativa para atingir outros países", disse Zakharova em resposta a uma pergunta da Reuters.

"Mas se uma política agressiva de ataque está sendo implementada contra nós a partir de um centro, por que não combinamos nosso potencial e damos uma resposta apropriada?"

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da China, Xi Jinping, assinaram um acordo de parceria "sem limites" em 2022, menos de três semanas antes de Putin enviar suas tropas para a Ucrânia. Em maio deste ano, eles concordaram em aprofundar o que chamaram de "parceria abrangente e cooperação estratégica" para uma nova era.

Continua após a publicidade

Os dois países não declararam uma aliança militar formal, embora Putin na semana passada os tenha descrito como "aliados em todos os sentidos da palavra".

A Rússia e a China têm realizado exercícios militares em conjunto, incluindo exercícios navais que começaram na terça-feira. Putin, que supervisionou as manobras, advertiu os EUA contra as tentativas de superar a Rússia por meio do aumento de seu poder militar na região da Ásia-Pacífico.

Deixe seu comentário

O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Leia as Regras de Uso do UOL.