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OMS transfere quase 100 pacientes de Gaza na maior retirada desde início da guerra

Palestinos no pátio da escola Al-Jawni (Jaouni) após um ataque aéreo israelense atingir o local, em Nuseirat, na Faixa de Gaza central, em 11 de setembro de 2024 Imagem: EYAD BABA/AFP

Emma Farge;

12/09/2024 09h21Atualizada em 12/09/2024 17h35

A Organização Mundial da Saúde disse nesta quinta-feira que realizou uma rara retirada de 97 pessoas, cerca de metade delas crianças, de Gaza para os Emirados Árabes Unidos para tratamento médico e pediu a retomada de tais transferências.

O conflito entre Israel e Hamas dizimou o sistema de saúde de Gaza e, atualmente, apenas 17 dos 36 hospitais estão funcionando parcialmente, segundo estimativas da OMS. A principal passagem de Rafah para transferências médicas de Gaza para o Egito está fechada desde maio, quando Israel intensificou sua campanha militar no sul de Gaza.

"Essa foi a maior retirada já realizada de Gaza desde outubro de 2023", disse Richard Peeperkorn, representante da OMS para o território palestino ocupado, aos repórteres sobre a operação realizada na quarta-feira.

Os pacientes incluíam pessoas que sofrem de câncer, doenças do sangue e dos rins e trauma, afirmou ele.

Eles foram transferidos por via rodoviária e depois por via aérea do aeroporto Ramon, em Israel.

"Gaza precisa de corredores médicos. Precisamos de um sistema melhor organizado e sustentado", disse ele, acrescentando que mais de 10.000 habitantes de Gaza estavam aguardando transferência.

Peeperkorn também disse que mais de 500 mil crianças em Gaza já foram vacinadas na primeira fase de uma campanha contra a poliomielite que deve terminar no norte de Gaza na quinta-feira. O primeiro caso da doença em Gaza em 25 anos surgiu no mês passado.

"Estamos felizes com essa campanha contra a pólio e também bastante confiantes de que atingimos uma quantidade enorme de crianças nesse curto período. Estamos confiantes de que atingimos a meta de 90%", declarou.

Na mesma entrevista, a OMS disse que pelo menos um quarto, ou 22.500, dos palestinos feridos no conflito de Gaza sofreram lesões que mudaram suas vidas, como a perda de membros, que exigiriam serviços de reabilitação nos próximos anos.

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