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Maioria dos abrigos para deslocados no Líbano está lotada, diz ONU

Fumaça e chamas sobem nos subúrbios ao sul de Beirute, no Líbano, após um ataque, em meio às hostilidades em curso entre o Hezbollah e as forças israelenses Imagem: REUTERS/Amr Abdallah Dalsh

Emma Farge;

Reuters, de Genebra

04/10/2024 09h19

Autoridades da ONU disseram na sexta-feira que a maioria dos quase 900 abrigos do Líbano está lotada e que as pessoas que fogem dos ataques militares israelenses estão cada vez mais dormindo ao ar livre, nas ruas ou em parques públicos.

"A maioria dos quase 900 abrigos coletivos estabelecidos pelo governo no Líbano não tem mais capacidade", afirmou Rula Amin, da agência de refugiados da ONU, em uma entrevista coletiva em Genebra.

Ela disse que eles estavam trabalhando com as autoridades locais para encontrar mais locais e que, enquanto isso, alguns hotéis e até mesmo boates de Beirute estavam abrindo suas portas.

As autoridades libanesas afirmam que mais de 1,2 milhão de libaneses foram deslocados e quase 2.000 pessoas foram mortas desde o ressurgimento do conflito entre Israel e o grupo Hezbollah, apoiado pelo Irã, no último ano, a maioria delas nas últimas duas semanas.

"As estradas estão congestionadas com o tráfego, as pessoas estão dormindo em parques públicos, na rua, na praia", disse Mathieu Luciano, chefe do escritório da Organização Internacional para Migrações no Líbano.

Ele confirmou que a maioria dos abrigos está lotada, inclusive os de Beirute e Monte Líbano, mas disse que alguns outros ainda tinham espaço. Muitos dos abrigos atuais são escolas, afirmou ele, o que significa interrupções na educação.

Ele expressou preocupação com as dezenas de milhares de trabalhadores domésticos no Líbano, em sua maioria do sexo feminino, que, segundo ele, estão sendo "abandonados" por seus empregadores. "Eles não têm documentos... e, como resultado, relutam em buscar assistência humanitária porque temem ser presos e deportados", disse ele. Muitos vieram de Egito, Sudão e Sri Lanka, afirmou, e muitos não sabem falar os idiomas locais.

Na sexta-feira, ataques israelenses fecharam a principal passagem da fronteira do Líbano com a Síria, bloqueando o caminho para veículos, embora Amin, do ACNUR, tenha dito que alguns estavam atravessando a pé.

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