Tribunal superior da Romênia retira candidata de extrema-direita da corrida presidencial
BUCARESTE (Reuters) - O principal tribunal da Romênia retirou uma política de extrema-direita pró-Rússia da lista de candidatos presidenciais nas próximas eleições, gerando preocupações sobre os valores democráticos da parte de candidatos de todos os espectros políticos.
A Romênia, país-membro da União Europeia e da Otan, vai realizar uma eleição presidencial em dois turnos, nos dias 24 de novembro e 8 de dezembro, com votações parlamentares no meio.
Cerca de 20 políticos entraram oficialmente na disputa, e as pesquisas de opinião mostram que as preferências dos eleitores estão altamente fragmentadas.
Entre eles está Diana Sosoaca, líder do SOS Romênia, um pequeno partido ultranacionalista eurocético de oposição que, surpreendentemente, conquistou duas cadeiras no Parlamento Europeu em junho.
O Tribunal Constitucional da Romênia reuniu-se no sábado para discutir as contestações legais apresentadas contra seis candidaturas.
A corte rejeitou cinco, mas aceitou as contestações contra Sosoaca sem explicar a decisão.
Sosoaca, que estava ao vivo no Facebook no momento da decisão, disse a seus seguidores: “Isso prova que os americanos, os judeus e a União Europeia têm conspirado para manipular a eleição romena antes de ela começar”.
“A partir deste momento, temos provas claras de que na Romênia a ditadura e a total falta de democracia estão sendo discutidas.”
Normalmente, o tribunal divulga explicações detalhadas de suas decisões em uma data posterior. Políticos de todo o espectro político disseram que a decisão foi uma ameaça sem precedentes aos valores democráticos.
Devido ao fato de os nove membros do tribunal serem nomeados politicamente, muitos políticos também acusaram a corte de interferência.
As pesquisas mostram que o primeiro-ministro social-democrata de esquerda, Marcel Ciolacu, deverá passar ao segundo turno das eleições presidenciais, mas não está claro quem será o seu adversário.
Embora o seu papel seja em grande parte cerimonial, os poderes do presidente incluem a nomeação do primeiro-ministro após as eleições e a nomeação de juízes e promotores. Incluem também a supervisão da política externa, o que significa que o novo presidente desempenhará um papel fundamental no compromisso da Romênia em apoiar a Ucrânia.
(Reportagem de Luiza Ilie)
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