Famílias se reúnem em mina sul-africana onde centenas de pessoas podem estar presas no subsolo

Por Thando Hlophe

STILFONTEIN, ÁFRICA DO SUL (Reuters) - Parentes desesperados de centenas de mineiros ilegais presos em uma mina abandonada na África do Sul esperavam do lado de fora do local nesta sexta-feira, na esperança de que seus entes queridos saiam em segurança.

Os mineiros estão em um impasse com a polícia, que bloqueou seus suprimentos de comida e água para forçá-los a sair e prendê-los por entrarem ilegalmente na mina abandonada em busca de restos de ouro -- um problema comum na África do Sul.

Mais de mil garimpeiros ilegais já ressurgiram nas últimas semanas com a repressão da polícia, e pelo menos um cadáver foi encontrado. Acredita-se que centenas de pessoas ainda estejam no subsolo.

Não ficou claro se os que permaneceram na mina em Stilfontein, na província de North West, não quiseram ou não puderam sair do poço, que desce verticalmente por mais de 2 km embaixo da terra.

O ministro da Polícia, Senzo Mchunu, que visitou o local na sexta-feira, disse que as autoridades trabalharão em conjunto para retirar os garimpeiros de lá. Um ministro do gabinete havia dito anteriormente que o governo não enviaria ajuda por se tratar de "criminosos".

"Precisamos de um processo muito mais rápido porque é arriscado e perigoso para eles permanecerem onde estão", disse Mchunu em uma coletiva de imprensa.

Na sexta-feira, a polícia e membros da comunidade ficaram ao redor da entrada rochosa, onde uma roldana foi montada para içar os homens para fora. Um líder comunitário disse ao canal de notícias local News24 na quinta-feira que os homens estavam muito fracos para sair da mina.

"Estou aqui esperando pelos jovens que estão no subsolo, que estão morrendo", disse Roselina Nyuzeya, de nacionalidade zimbabuana, à Reuters, de trás da barricada policial que bloqueava o acesso ao buraco aberto.

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Uma mulher chorando nas proximidades esperava pelo marido, que está no subsolo desde abril, disse Nyuzeya.

A mineração ilegal, que acontece tanto por meio de pequenos furtos quanto pela ação de redes criminosas organizadas, tem atormentado a África do Sul há décadas. Muitos dos que fazem o trabalho arriscado de invadir antigas minas industriais são imigrantes de países vizinhos.

Eles são chamados de zama-zamas -- um termo local que vem da expressão zulu para "correr riscos".

O ministro da Presidência, Khumbudzo Ntshavheni, disse na quarta-feira que o governo não enviaria ajuda aos criminosos, mas que, em vez disso, "os expulsaria".

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