Fotos de satélite mostram que Rússia planeja expandir produção de mísseis, diz pesquisador

Por Jonathan Landay

WASHINGTON (Reuters) - Imagens de satélite mostram grandes expansões em cinco complexos onde a Rússia fabricou motores de mísseis de combustível sólido, indicando que o Kremlin planeja aumentar significativamente a produção de mísseis enquanto prossegue com a guerra na Ucrânia, de acordo com um pesquisador europeu.

Fabian Hinz, pesquisador do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), um think tank de segurança global sediado em Berlim, identificou os complexos usando reportagens da imprensa russa e documentos desclassificados da CIA da época da Guerra Fria que listavam as instalações onde a União Soviética produzia motores de mísseis de combustível sólido.

As instalações estão localizadas na República de Altai, na Sibéria, em Rostov, no sul da Rússia, nos arredores de Moscou e São Petersburgo, e em Perm, no oeste da Rússia.

Fotos de satélite tiradas pela Maxar Technologies em julho, setembro e outubro analisadas pela Reuters, mostram vegetação desmatada e extensas novas construções ao lado de edifícios que Hinz identificou como instalações de pesquisa e produção de combustível sólido nos cinco complexos. Após a invasão da Ucrânia em 2022, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o aumento do financiamento para expandir a produção de defesa.

"Imagens de satélite sugerem que a capacidade de produção de motores de foguete de propelente sólido parece ser um dos focos desse esforço", escreveu Hinz em seu relatório, publicado no Military Balance Plus, um blog do IISS.

O Ministério da Defesa da Rússia não respondeu a um pedido de comentário. O governo de Putin planeja aumentar os gastos com defesa nacional no próximo ano para 6,3% do produto interno bruto, nível mais alto desde a Guerra Fria.

Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional norte-americano se recusou a confirmar se os Estados Unidos estão cientes das expansões, mas disse que os EUA aplicarão sanções adicionais a entidades e instituições financeiras russas para restringir sua capacidade de produzir material de defesa.

O Gabinete do Diretor de Inteligência Nacional dos EUA não quis comentar.

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As descobertas de Hinz ocorrem em um momento em que a Rússia é forçada a recorrer à Coreia do Norte e ao Irã, segundo autoridades dos EUA, para reabastecer estoques de mísseis esgotados pelo conflito de quase três anos.

As forças de Moscou dispararam mais de 9.600 mísseis desde o início da guerra, disse o principal general da Ucrânia em agosto.

(Reportagem de Jonathan Landay; reportagem adicional de Tom Balmforth, em Kiev, Guy Faulconbridge, em Moscow, e Alexander Marrow, em Londres)