Em visita a Angola, Biden promete apoio duradouro à África

Por Trevor Hunnicutt e Miguel Gomes

LUANDA (Reuters) - Joe Biden prometeu um compromisso duradouro dos Estados Unidos com a África nos termos dos próprios africanos ao se encontrar com seu colega angolano João Lourenço em Luanda na terça-feira, como parte de sua única visita à África subsaariana como presidente dos EUA.

Cumprindo a promessa de visitar o continente durante seu mandato, que termina em janeiro, Biden disse que os Estados Unidos estão "totalmente comprometidos com a África", uma frase que ele usou durante uma cúpula EUA-África em Washington em dezembro de 2022.

"Vocês devem entender até que ponto estamos preparados para nos engajar", disse Biden durante breves comentários públicos no palácio presidencial de Angola, antes de uma reunião privada com Lourenço.

"Não achamos que temos todas as respostas, mas estamos preparados para ouvir suas respostas às necessidades que vocês têm, particularmente as respostas ao financiamento da dívida internacional", afirmou ele.

Lourenço disse que Angola quer trabalhar com os Estados Unidos para atrair investimentos estrangeiros e melhorar os laços de defesa e segurança, incluindo exercícios militares conjuntos e cooperação no Golfo da Guiné e no Atlântico Sul.

Ele também elogiou os investimentos das empresas norte-americanas no setor de petróleo e gás de Angola e em vários projetos futuros, como silos de grãos e infraestrutura logística.

"Vamos superar as relações da Guerra Fria, em que nem sempre estivemos alinhados, e dar uma guinada nas relações entre os dois países", disse ele, fazendo alusão ao apoio dos EUA a uma das facções armadas na longa guerra civil angolana, em parte um conflito via representantes entre EUA e União Soviética.

A viagem de Biden também se concentrará no Corredor do Lobito, um projeto ferroviário parcialmente financiado pelos EUA com o objetivo de facilitar a exportação de minerais essenciais dos centros de mineração da República Democrática do Congo e da Zâmbia para o oeste.

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Embora a Presidência de Biden esteja em suas últimas semanas, o presidente eleito Donald Trump provavelmente apoiará a ferrovia e continuará sendo um parceiro próximo de Angola quando retornar à Casa Branca em janeiro, de acordo com duas autoridades que atuaram no governo anterior de Trump.

Apesar das promessas de Biden de estar "totalmente envolvido na África", a influência dos EUA lá diminuiu durante seu mandato. O novo governo Trump terá que lidar com pontos cegos em sua compreensão de um continente em rápida mudança, cada vez mais aliado à China e à Rússia, e ameaçado por insurgências jihadistas em expansão.

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