Trump Jr. visitará Groenlândia após seu pai reiterar interesse na ilha

Por Stine Jacobsen e Jacob Gronholt-Pedersen

COPENHAGUE/WASHINGTON (Reuters) - Donald Trump Jr. deve visitar a Groenlândia nesta terça-feira, depois que seu pai, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, novamente expressou interesse em obter o controle sobre a vasta ilha do Ártico.

Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, sinalizou que adotaria uma política externa sem se prender a sutilezas diplomáticas, ameaçando assumir o controle do Canal do Panamá e declarando no mês passado que o controle da Groenlândia pelos EUA é uma "necessidade absoluta"

O interesse renovado na ilha do Ártico ocorre em meio ao aumento das tensões entre a Groenlândia e seu antigo governante colonial, a Dinamarca, provocado por revelações de má conduta por parte deste último e levando o primeiro-ministro da Groenlândia a pedir a independência da Dinamarca.

A visita iminente de Donald Trump Jr. é particular, disse à Reuters o secretário permanente de Relações Exteriores da ilha, Mininnguaq Kleist.

Trump disse que seu filho e vários representantes estavam visitando a Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca, para ver "algumas das áreas e pontos turísticos mais magníficos".

Em sua plataforma de mídia social Truth Social, Trump elogiou a ilha no final da segunda-feira e prometeu "FAZER A GRONELÂNDIA GRANDE NOVAMENTE!"

"A Groenlândia é um lugar incrível, e as pessoas se beneficiarão tremendamente se, e quando, ela se tornar parte de nossa nação", escreveu ele.

Com sua base aérea de Pituffik, a Groenlândia é estrategicamente importante para os militares dos EUA e seu sistema de alerta antecipado de mísseis balísticos, já que a rota mais curta da Europa para a América do Norte passa pela ilha.

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A capital da Groenlândia, Nuuk, fica mais próxima de Nova York do que da capital dinamarquesa, Copenhague.

"VISITA PARTICULAR"

Não foram agendadas reuniões com representantes do governo da Groenlândia para a visita de Donald Trump Jr., que é uma visita privada, disse Kleist à Reuters.

Esperava-se que ele aterrissasse por volta das 10h (horário de Brasília) e ficasse por cerca de quatro a cinco horas, disse Kleist, acrescentando que o governo não havia sido informado sobre o programa da visita.

Uma fonte familiarizada com a viagem disse à Reuters que Trump Jr. estava planejando gravar conteúdo de vídeo para um podcast e que ele não se encontraria com nenhuma autoridade governamental ou figura política.

A Groenlândia, que tem uma população de apenas 57.000 habitantes, possui riquezas minerais, petróleo e gás natural. Mas o desenvolvimento tem sido lento, deixando sua economia dependente da pesca e dos subsídios anuais da Dinamarca.

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Seu primeiro-ministro, Mute Egede, afirmou várias vezes que a vasta ilha não está à venda. Mas, na semana passada, Egede, em um discurso de Ano Novo, intensificou a pressão pela independência da Dinamarca, libertando-a dos "grilhões do colonialismo" para moldar seu próprio futuro, embora não tenha mencionado os Estados Unidos.

"A Groenlândia está aberta e aqueles que desejam nos visitar são bem-vindos", disse o Ministério das Relações Exteriores da Groenlândia em um comunicado no final da segunda-feira.

O ministro da Defesa da Dinamarca, Troels Lund Poulsen, disse na terça-feira que compartilhava a opinião de que a Groenlândia não estava à venda.

"(A visita) mostra que a Groenlândia e o Ártico estarão na agenda política internacional de uma forma completamente diferente da que estamos acostumados", disse ele. "Essa é uma consequência natural da situação de segurança no Ártico."

Trump já havia expressado interesse em comprar a Groenlândia durante seu mandato de 2017 a 2021, mas foi publicamente rejeitado pelas autoridades da Groenlândia e da Dinamarca antes que qualquer conversa pudesse ocorrer.

Aaja Chemnitz, membro groenlandês do Parlamento dinamarquês, disse que a ideia de uma aquisição pelos EUA deve ser firmemente rejeitada.

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"Não quero ser um peão nos sonhos quentes de Trump de expandir seu império para incluir nosso país", escreveu ela.

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