Trump cancela viagem à América Latina para focar na Síria
O presidente americano, Donald Trump, cancelou sua primeira viagem à América Latina para focar na Síria, em um novo sinal de que os vizinhos do sul não são sua ...
Mas a Casa Branca anunciou que em seu lugar irá o vice-presidente Mike Pence, e que a escala na Colômbia, tradicional aliado americano na região, foi suprimida.
O presidente quer analisar a situação na Síria, explicou a secretária de imprensa de Trump, Sarah Sanders, enquanto Washington avalia uma possível ação militar após o suposto ataque químico no sábado em Duma, que atribuem ao governo de Damasco, apoiado por Moscou.
"O presidente permanecerá nos Estados Unidos para supervisionar a resposta americana à Síria e monitorar os acontecimentos em todo o mundo", acrescentou.
A decisão de Trump é tomada um dia depois de o FBI vasculhar um dos escritórios e a casa de Michael Cohen, advogado pessoal do presidente, uma iniciativa que enfureceu o chefe de Estado.
O cancelamento de última hora de Trump não afeta os planos de sua filha Ivanka, sua assessora especial, que irá a Lima para defender "o lugar das mulheres na economia da região", segundo um funcionário de alto escalão
"Uma perda"
As críticas de Trump aos latino-americanos pioraram desde a campanha eleitoral pela imigração ilegal, as práticas comerciais e a luta antidrogas.
Sempre que pode, ameaça abandonar o Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), vigente desde 1994 e crucial em sua relação com o México, sob revisão a suas instâncias.
O muro que prometeu construir na fronteira com o México é o maior símbolo de hostilidade. Enquanto não se concretiza, ele prevê enviar 4.000 membros da Guarda Nacional, um contingente maior do que o mantido na Síria, para custodiar a zona. Os estados de Texas e Arizona já mobilizaram as primeiras tropas.
A Cúpula das Américas é um fórum que os Estados Unidos aproveitam para influenciar em assuntos regionais.
"Trump não ir à América Latina é uma perda para a administração americana, especialmente quando Washington quer se apresentar como sócio preferencial diante da China", explicou à AFP Jason Marczak, diretor do centro sobre América Latina do Atlantic Council.
Comparativamente, o presidente chinês, Xi Jinping, visitou a região três vezes desde 2013.
"Como podemos nos apresentar como uma alternativa crível à China quando nosso presidente sequer pode comparecer ao fórum principal?", questionou Sabatini.
Em sua última viagem à América Latina, em 2016, Xi participou da cúpula do Fórum de Cooperação Ásia-Pacífico (Apec) no Peru, onde enfatizou seu desejo de liderar o livre-comércio internacional, sobretudo com nações emergentes.
Mike Pence, o vice-presidente já viajou no ano passado à América Latina, onde se reuniu com os presidentes de Argentina, Chile, Colômbia e Panamá "para aumentar a pressão contra o regime de Maduro".
O fórum em Lima é "fundamental para a ação coletiva na Venezuela às vésperas de uma eleição fraudulenta, inconstitucional e amplamente condenada", opinou Sabatini sobre as eleições de 20 de maio, nas quais Maduro busca a reeleição.
"Assim como na Assembleia Geral da OEA quando (o ex-secretário americano de Estado, Rex) Tillerson não esteve presente, a ausência de Trump corre o risco de diminuir o papel dos Estados Unidos quando mais se necessita de liderança", opinou.
(Com informações da AFP)
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