Itália: novo chefe de governo pró-austeridade vai preparar país para novas eleições
O presidente italiano, Sergio Mattarella, designou nesta segunda-feira (28) o economista Carlo Cottarelli, ex-funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI), como chefe de governo da Itália.
O anúncio foi feito pelo secretário-geral da presidência, Ugo Zampetti. No último domingo, o advogado Giuseppe Conte renunciou e desistiu de formar um Executivo com o partido antissistema Movimento 5 Estrelas (M5E) e o partido de ultradireita Liga, porque Matarella vetou a nomeação de um dos ministros.
O economista Carlo Cottarelli anunciou que dirigirá um governo "neutro" que garanta a organização de novas eleições "no mais tardar no início de 2019". "Vou me apresentar diante do Parlamento com um programa que, se receber o voto de confiança, prevê apenas a aprovação da lei orçamentária", afirmou.
Se não obtiver o voto de confiança no Parlamento, Cottarelli convocará novas eleições ainda em 2018, esclareceu. Atualmente, o único partido que apoia Cottarelli é o Democrata, de centro esquerda, o que coloca em risco sua gestão.
Contas públicas sob controle
Carlos Cottareli, ex-funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI) por quase 30 anos, assegurou que a situação financeira do país estava atualmente “sob controle”, e prometeu uma “gestão rigorosa”. Ele é conhecido como "Senhor Tesouras" pelo cortes nas contas públicas.
Ele ainda explicou que um dos objetivos do seu governo é trabalhar lado a lado da União Europeia. “Um diálogo com a Europa para defender nossos interesses é essencial. Podemos melhorar. Deve ser um diálogo construtivo, reconhecendo que, sendo a Itália um dos países fundadores do bloco, nosso papel continua essencial”.
Após a designação de Cotarelli, o spread, ou seja a diferença entre os rendimentos dos títulos a 10 anos na Itália e Alemanha, que havia alcançado na manhã de segunda-feira o maior nível desde novembro 2013, a 233 pontos, caiu ao meio-dia para 192. A Bolsa da Itália operava em queda de 1,4% no meio da jornada, uma consequência da preocupação dos mercados com a situação política na Itália.
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