Topo

De capitão de cricket a líder de um país: conheça o provável novo primeiro-ministro paquistanês

26/07/2018 17h12

Enquanto os votos ainda são contados no Paquistão e acusações de fraude se espalham pelo país, milhares de apoiadores de Imran Khan já festejam sua ...

Ex-jogador de cricket, Khan levou o Paquistão a sua primeira e única vitória em Copa do Mundo, como capitão da seleção nacional em 1992. Ele já estava aposentado e foi chamado de volta, aos 39 anos, para conduzir a equipe na competição.

Tendo estudado em Oxford e vivido uma vida glamorosa na Inglaterra, que incluiu um casamento, em 1995, com uma herdeira inglesa 22 anos mais jovem, ele fez a festa dos tabloides. Poucos anos depois, em 1996, ele decidiu começar uma carreira política. Sem aparelhos partidários, sua nova empreitada enfrentou muitas dificuldades. Foi apenas nos anos 2010 que ele começou a ganhar espaço.

Em 2018, após quase cinco anos de campanha permanente, ele está a poucos passos de se tornar primeiro-ministro do país. Com um forte discurso anticorrupção, ele conseguiu agradar a uma classe média descontente com as tradicionais famílias políticas paquistanesas. Apesar de nunca ter estado no governo, Khan soube fazer alianças, algumas delas controversas, com líderes regionais islâmicos que podem lhe garantir um apoio importante. Mesmo que algumas alianças ameaçassem o voto de seus eleitores mais jovens e escolarizados, ele decidiu apostar tudo nesta que, segundo ele, será sua última campanha eleitoral, aos 65 anos.

Khan se reivindica nacionalista e muçulmano e tem marcado posições contraditórias em temas como a relação com a Índia e com o talibã. Com um programa de governo que parece mudar ao prazer das circunstâncias, ele não abandona o tom populista e promete limpar a classe política paquistanesa. Essa postura tem rendido a ele o apelido de Donald Trump do Paquistão.

Segundo a comissão eleitoral paquistanesa, os resultados finais da eleição podem demorar ainda 24 horas para serem divulgados. Saberemos então se este personagem complexo e contraditório será de fato o novo líder do país.