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Extrema-direita protesta contra estrangeiros e preocupa governo da Alemanha

27/08/2018 11h45

Grupos da extrema-direita alemã realizam nesta segunda-feira (27) uma segunda manifestação na cidade de Chemnitz, no leste da Alemanha, contra estrangeiros.

O movimento xenófobo Pegida, além do partido da extrema-direita, Alternativa para a Alemanha (AfD), organizam um protesto após a morte de um homem, esfaqueado durante uma briga com estrangeiros em Chemnitz no sábado (25). Uma primeira manifestação foi realizada no domingo (26), na qual os participantes gritaram frases como "fora estrangeiros" e "nós somos o verdadeiro povo", lançando garrafas contra as forças de ordem e perseguindo imigrantes pelas ruas.

A polícia indicou que as circunstâncias da morte do alemão de 35 anos são obscuras. O incidente teria envolvido pessoas de diversas nacionalidades. Dois jovens foram detidos para interrogatório, segundo as autoridades, que não divulgaram a nacionalidade deles.

Palco de agressões racistas

Saxe, região onde se localiza Chemnitz, é onde o AfD conseguiu 30% de votos nas últimas eleições legislativas. O local se tornou palco de diversas agressões racistas e incêndios criminosos em centros que abrigam refugiados.

A prefeita do município, Barbara Ludwig, expressou sua indignação com a mobilização. "É grave que essas pessoas possam se reunir sem a autorização para provocar caos e semear medo", declarou.

Os incidentes acontecem em um momento delicado para Angela Merkel, frequentemente criticada por sua política em prol dos imigrantes. A líder também se tornou alvo dos movimentos de extrema-direita, que dizem que a criminalidade aumentou no país devido aos refugiados.

Apesar da pressão, Merkel denuncia uma perseguição aos estrangeiros na Alemanha. "É importante para o governo, todos os políticos e, penso, para uma boa parte da população, dizer claramente que esse tipo de mobilização é ilegal e as caças coletivas a pessoas com aparência ou origem estrangeira, além das tentativas de semear o ódio nas ruas, não têm espaço em nosso país", declarou seu porta-voz, Steffen Seibert.