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Sindicato de jornalistas da Venezuela denuncia fechamento de veículos de imprensa

31/08/2018 13h46

Dez veículos de comunicação venezuelanos foram fechados ou demitiram seus funcionários após as reformas econômicas do presidente Nicolás Maduro, que anunciou um aumento de 3.400% no salário mínimo, segundo declaração do Sindicato dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP) da Venezuela, nesta quinta-feira (30).

"As medidas econômicas ameaçam destruir a mídia venezuelana. Pelo menos dez veículos de imprensa anunciaram seu fechamento ou a demissão de seus funcionários", afirmou nesta quinta-feira (30) o Sindicato dos Trabalhadores da Imprensa (SNTP) pelo Twitter.

Sete jornais e uma estação de rádio local fecharam, dois jornais regionais demitiram seus funcionários ou tentam continuar publicando as informações em uma versão digital. A SNTP também afirma que o jornal El Universal, um dos mais antigos e de maior circulação no país, anunciou aos seus funcionários que não poderá continuar a pagar os salários.

"Em uma reunião do dia 22 de agosto, os jornalistas solicitaram seu “carnê da pátria”, cartão que dá acesso à ajuda financeira estatal, para que os salários possam ser subsidiados pelo governo central da Venezuela durante 90 dias", disse o sindicato. Nicolás Maduro afirmou que seu governo vai subsidiar por três meses a diferença em relação ao novo piso do salário mínimo (cerca de US$ 30) para todas as "pequenas e médias empresas".

“Carnê da pátria”

Para se beneficiar da ajuda estatal, os empregados devem obter seu “carnê da pátria”, documento que a oposição considera como um instrumento de controle social. O governo venezuelano implementou uma série de reformas econômicas em 20 de agosto, que inclui a entrada em vigor de novas cédulas com cinco zeros a menos que os bolívares atuais.

A reforma também prevê um aumento no preço da gasolina na Venezuela, que antes era a mais barata do mundo. O combustível permanecerá subsidiado aos cidadãos venezuelanos que possuam um “carnê da pátria”.