Contra atentados, posse de Bolsonaro terá segurança reforçada com detector de metais para público
Militares estarão infiltrados entre os visitantes, que terão de passar por detector de metais, em um esquema de segurança inédito em Brasília para posse do presidente eleito nesta terça-feira (1).
Militares estarão infiltrados entre os visitantes, que terão de passar por detector de metais, em um esquema de segurança inédito em Brasília para posse do presidente eleito nesta terça-feira (1).
Raquel Miúra, correspondente da RFI em Brasília
Com o esquema de segurança mais reforçado da história para uma posse presidencial no Brasil, Jair Bolsonaro subirá a rampa no Palácio do Planalto por volta das 16h30 desse feriado do dia primeiro de janeiro, quando receberá de Michel Temer a faixa presidencial.
Antes, o presidente eleito vai discursar aos políticos e fará o juramento com a promessa de cumprir a Constituição no Congresso Nacional, onde depois passará a tropa em revista. Atiradores de elite estarão posicionados em vários ministérios e a região central de Brasília será monitorada dentro de um alerta especial: se uma aeronave entrar no espaço aéreo local e não responder ao comando central, poderá ser abatida.
O atentado sofrido pelo militar durante a campanha é o motivo apresentado para todo o esforço em torno da segurança. Apenas nesta, no dia da posse, é que o próprio Bolsonaro, ouvindo ministros e toda equipe de militares, vai decidir se o desfile da Catedral ao Congresso será com carro aberto ou fechado.
"Isso não é o mais importante. Ele é que vai decidir, ouvindo e analisando as circunstâncias do momento. O que a população quer saber é se o presidente eleito está seguro, isso é que importa. A festa está garantida, será um evento muito bonito", afirmou o general Sérgio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional.
Até mesmo a imprensa credenciada só terá acesso aos locais do evento em ônibus oficiais do governo com concentração bem cedo, às 8h no horário local. A população que for à esplanada não poderá levar mochilas, bolsas, carrinhos de bebê, guarda-chuva nem mesmo garrafas de água, que o governo distribuirá gratuitamente no local.
Público animado
Toda essa rigidez na segurança não parece tirar o ânimo dos turistas que movimentam Brasília por causa da posse. O governo prevê um público entre 250 mil e 500 mil pessoas. Só um ponto da esplanada estará aberto para os visitantes, que deverão passar por um detector de metais. Muitos vieram de fora como a fonoaudióloga gaúcha Maria José, acompanhada do marido.
"Eu não conhecia Brasília, nem tenho parentes ou amigos por aqui. Mas comprei a passagem e reservei o hotel antes mesmo do segundo turno. Eu tinha certeza que Bolsonaro ia ganhar. Estou muito feliz de estar aqui, conhecendo a capital e fazendo parte dessa festa, com o país esperançoso por mudanças", afirmou a moradora de Erechim.
A paulista Mara Zumpano deixou os filhos no estado e também veio com o marido para a posse. "Estou adorando conhecer mais Brasília e esse clima da posse. É um momento único e nós queríamos fazer parte disso. O Natal foi com a família. E o réveillon será aqui por causa da posse do presidente", disse.
A festa da posse termina com uma recepção às delegações estrangeiras no Itamaraty no início da noite. Alguns países, como os Estados Unidos, mandaram representantes. De lá vem o secretário de governo Mike Pompeo. Outros enviaram presidentes e primeiros ministros, como Benjamin Netanyahu de Israel, que já se reuniu com Bolsonaro no Rio de Janeiro.
Déficit fiscal e desigualdade
Para o economista Roberto Piscitelli, do Conselho Federal de Economia e da Universidade de Brasília, são vários os desafios após toda essa celebração da posse. Entre eles, o equilíbrio do déficit fiscal e a desigualdade, "atendendo minimamente as necessidades da maior parte da população".
"De um lado temos um déficit primário, acentuado, que não pode continuar indefinidamente. Não é uma tragédia um país apresentar déficit primário por alguns anos. Também não se pode ter a ilusão de que ele pode ser eliminado de uma vez só, ou em prazo muito curto", diz.
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