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Parlamento britânico vota emendas para retomar influência nas decisões do Brexit

29/01/2019 11h09

Duas semanas depois de rejeitarem o acordo sobre o Brexit, os deputados britânicos voltam a debater nesta terça-feira (29) um "plano B" para a saída do Reino Unido da União Europeia. Alguns parlamentares, frustrados com a estratégia da primeira-ministra Theresa May, tentarão impor novas medidas que podem incluir o adiamento da data de saída do Reino Unido da União Europeia.

Duas semanas depois de rejeitarem o acordo sobre o Brexit, os deputados britânicos voltam a debater nesta terça-feira (29) um "plano B" para a saída do Reino Unido da União Europeia. Alguns parlamentares, frustrados com a estratégia da primeira-ministra Theresa May, tentarão impor novas medidas que podem incluir o adiamento da data de saída do Reino Unido da União Europeia.

No total, 14 emendas propostas pela Câmara dos Comuns serão debatidas e votadas. A pesquisadora francesa Sophie Heine, da Universidade de Oxford, explicou à RFI que há três blocos de emendas.

O primeiro e mais importante é o relacionado ao 'backstop', mecanismo que impede a volta de uma fronteira rígida entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda, explica Heine.

“A segunda série de emendas dá mais poderes aos parlamentares no processo, fazendo com que possam propor um referendo ou um Brexit soft, ou seja, a manutenção do Reino Unido dentro da união alfandegária. Essas emendas dariam um poder decisivo ao parlamento em relação ao governo”, continua a pesquisadora.

A terceira série, enumera Heine, “seria de adiar o prazo de 29 de março, que já está muito próximo, para impedir o ‘no deal Brexit’, ou seja, a saída do bloco sem acordo”.

A pesquisadora acha difícil prever um resultado para as discussões desta terça-feira. “O parlamento está muito dividido, há muitas alianças que vão além das diferenças partidárias clássicas; algumas emendas são propostas por parlamentares conservadores e trabalhistas”, diz. Mas Sophie Heine acredita que algumas emendas vão ser aprovadas para se evitar um impasse com a União Europeia que possam levar a um Brexit sem acordo.