Guaidó, líder da oposição venezuelana, chega ao Brasil para reunião com Bolsonaro
O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, reconhecido por cerca de 50 países como presidente interino de seu país e buscando apoio mais concreto do Brasil, chegou nesta quinta-feira em Brasília e será recebido no período da tarde pelo presidente Jair Bolsonaro.
O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, reconhecido por cerca de 50 países como presidente interino de seu país e buscando apoio mais concreto do Brasil, chegou nesta quinta-feira em Brasília e será recebido no período da tarde pelo presidente Jair Bolsonaro.
Bolsonaro "receberá Guaidó em visita pessoal". O encontro começará às 14h no Palácio do Planalto, segundo o porta-voz da Presidência da República, Otávio Rêgo Barros.Guaidó, vindo de Bogotá, chegou ao Aeroporto Internacional de Brasília às 04h40.
A embaixadora encarregada por Guaidó no Brasil, María Teresa Belandria, disse que o líder da oposição também será recebido "por numerosos representantes das delegações diplomáticas presentes em Brasília que o reconheceram como o legítimo presidente interino da Venezuela".
Os países que não reconhecem o presidente Nicolás Maduro alegam que sua releição foi fraudulenta. Os Estados Unidos submeterão a votação no Conselho de Segurança da ONU, nesta quinta-feira (28), um projeto de resolução que exige eleições presidenciais na Venezuela e entrada "sem exigências" da ajuda humanitária com alimentos e remédios. A Rússia vai apresentar uma resolução pedindo que a soberania da Venezuela seja respeitada.
O chanceler chavista Jorge Arreaza pediu nesta quarta-feira uma reunião entre Maduro e Trump, mas o vice-presidente americano, Mike Pence, recusou essa possibilidade.
"A única coisa para ser discutida com Maduro neste momento é a hora e a data de sua saída", escreveu no Twitter Pence, acrescentando a hashtag em espanhol #VenezuelaLibre". Nesta semana, Guaidó reiterou que, para derrotar Maduro, todas as opções deveriam ser colocadas sobre a mesa
Guaidó pode ser preso
Guaidó tem insistido em voltar nesta semana para Caracas para exercer suas "funções", apesar da possibilidade de ser preso. Ele ainda não definiu a data de retorno e nem disse se voltará diretamente do Brasil.
Nesta segunda-feira (26), a Colômbia denunciou "sérias e críveis ameaças" contra Guaidó e responsabilizou o governo de Maduro. "Um preso não ajuda ninguém, tão pouco um presidente exilado. Estamos numa zona inédita e minha função e meu dever é estar em Caracas apesar dos riscos, apesar de todas as implicações", disse o opositor.
Seus simpatizantes anunciaram que se mobilizarão para recebê-lo na próxima sexta na capital venezulana. A cidade também será palco de manifestações de grupos leais ao chavismo.
Crise é culpa de Washington, diz Maduro
A Venezuela está mergulhada em uma severa escassez de alimentos e remédios, que gerou o êxodo de 2,7 milhões de pessoas para países da região desde o agravamento da crise, em 2015. Para Maduro, esta crise é consequência do bloqueio financeiro aplicado por Washington. Também garante que o envio da ajuda humanitária patrocinada por Donald Trump esconde um plano de intervenção militar na Venezuela.
A tentativa de entrega no fim de semana de alimentos e remédios através das fronteiras com o Brasil e Colômbia, fechadas do lado venezuelano, terminou em confrontos que deixaram quatro mortos.
A Colômbia reabriu seu lado da fronteira nesta quarta-feira, mas com restrições, devido aos confrontos entre venezuelanos que tentam entrar no país e a Guarda Nacional Bolivariana de Maduro. As autoridades migratórias indicam que 326 membros das forças armadas de Venezuela que desertaram e foram para a Colômbia.
(Com informações da AFP)
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