Monsanto é condenado a pagar multa para aposentado que atribui câncer a Roundup
O grupo Monsanto foi declarado culpado, nesta quarta-feira (28), de negligência por um júri da Califórnia e condenado a pagar US$ 81 milhões de dólares a Edwin Hardeman, um aposentado americano que sofre de um câncer que ele atribui ao herbicida Roundup.
O grupo Monsanto foi declarado culpado, nesta quarta-feira (28), de negligência por um júri da Califórnia e condenado a pagar US$ 81 milhões de dólares a Edwin Hardeman, um aposentado americano que sofre de um câncer que ele atribui ao herbicida Roundup.
A sentença representa um novo revés para o gigante alemão Bayer, o proprietário da Monsanto, que já foi condenada em um julgamento similar realizado em agosto passado nos Estados Unidos. O júri considerou que a empresa foi "negligente" ao não fazer o suficiente para alertar os usuários do risco potencialmente cancerígeno do seu produto, Roundup, que contém glifosato.
Os jurados determinaram que o Roundup tinha um "defeito de design", que "carecia" de advertências sanitárias sobre os riscos e que a Monsanto teria sido negligente. Em sua decisão, os jurados determinaram que a Monsanto pague ao aposentado Edwin Hademan US$ 75 milhões em danos punitivos por conduta, U$ 5,06 milhões em indenização e US$ 200 mil por gastos médicos.
Em um comunicado, Bayer disse estar "decepcionado com a decisão do juri", mas considerou que o veredito "não muda o peso de 40 anos de ciência e as conclusões das agências reguladoras de todo o mundo" que afirmam que o herbicida é "seguro e não cancerígeno".
Debates em duas fases
Na semana passada, o mesmo júri determinou que a exposição ao Roundup foi um "fator determinante" no desenvolvimento do câncer de Edwin Hardeman. Depois da decisão, foi aberta a segunda fase do julgamento, dedicada à responsabilidade da Monsanto, que se encerrou com a condenação desta quarta-feira.
A pedido da Bayer, os debates foram organizados em duas fases: uma "científica", dedicada à responsabilidade do glifosato na doença, e outra para abordar uma possível responsabilidade do grupo. Os advogados de Hardemann, que abraçaram seu cliente quando foi anunciado o veredicto, se disseram satisfeitos com a decisão unânime do júri.
"Está claro pelas ações da Monsanto que ela não está preocupada se o Roundup causa câncer, e sim em manipular a opinião pública e desacreditar qualquer um que expresse preocupações genuínas e legítimas sobre o Roundup", assinalaram as advogadas Aimee Wagstaff e Jennifer Moore.
"Diz muito que nenhum funcionário da Monsanto tenha comparecido (ao julgamento) para defender a segurança do Roundup ou as ações da Monsanto", declarou. "Hoje, o júri responsabilizou a Monsanto por seus 40 anos de malversação corporativa e enviou uma mensagem que a empresa deve mudar sua forma de fazer negócios." O caso Hardeman é apenas um dos 11.200 processos similares nos Estados Unidos envolvendo o Roundup.
(Com informações da AFP)
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