Topo

Gases de efeito estufa: "Nenhum sinal de diminuição", alerta ONU

25/11/2019 13h40

Os principais gases de efeito estufa na origem do aquecimento global atingiram novos recordes de concentração em 2018, alerta o relatório anual divulgado nesta segunda-feira (25) pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), a alguns dias da COP25, que acontece de 2 a 13 de dezembro em Madri.

"Não há sinal de desaceleração, muito menos uma diminuição, na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, apesar de todos os compromissos assumidos no acordo climático de Paris." Este é o alerta emitido pelo secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, na ocasião da publicação de seu boletim anual sobre as concentrações de gases de efeito estufa.

Trata-se de uma tendência de longo prazo que expõe as gerações futuras a "um agravamento das consequências das mudanças climáticas, incluindo o aumento da temperatura", de acordo com o relatório.

Pior ainda, segundo os cientistas, o dióxido de carbono, associado às atividades humanas e principal gás de efeito estufa persistente na atmosfera, quebrou um novo recorde de concentração em 2018, com 407,8 partes por milhão (ppm), 147% acima do nível pré-industrial de 1750.

Crescimento mais forte

Como lembrete, este relatório não relata as quantidades de gases poluentes estufa liberados na atmosfera, mas os que permanecem lá. Ou seja, leva em consideração que os oceanos absorvem cerca de um quarto das emissões totais, assim como as florestas.

A preocupação da OMM é agravada pelo fato de o aumento anual da concentração de CO2 ter sido superior à taxa média de crescimento nos últimos dez anos. As concentrações de metano, por exemplo (pecuária, cultivo de arroz, exploração de combustíveis fósseis, aterros sanitários etc.), o segundo gás de efeito estufa mais importante, aumentaram mais fortemente do que nos últimos anos.

A agência da ONU especifica que as concentrações de metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) também aumentaram mais do que na última década.

"Deve-se lembrar que a última vez que a Terra teve um conteúdo comparável de CO2, foi de 3 a 5 milhões de anos atrás: a temperatura era 2 a 3° C mais elevada do que hoje, e o nível do mar era 10 a 20 metros mais alto que o nível atual ", afirmou Taalas em mais uma advertência.