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Evo Morales chega à Argentina para viver como refugiado ao lado dos filhos

12/12/2019 12h48

O ex-presidente boliviano Evo Morales chegou nesta quinta-feira (12) a Buenos Aires, procedente de Cuba. O novo chanceler argentino, Felipe Solá, informou que Morales ficará no país na condição de refugiado.

Em declaração ao canal de notícias TN, o chanceler argentino informou que Morales aterrissou no aeroporto de Ezeiza, acompanhado pelo ex-vice-presidente Álvaro García Linera, pela ex-ministra Gabriela Montaño e pelo ex-embaixador da Bolívia na Organização dos Estados Americanos (OEA), que também estavam asilados no México.

"Ele vem para ficar na Argentina, onde entra na condição de asilado e depois passará a ter a de refugiado", explicou o chanceler. Solá afirmou que o ex-presidente "se sente mais confortável aqui (na Argentina) do que no México".

Dois filhos de Morales, Evaliz e Alvaro, estão desde o dia 23 de novembro na Argentina, onde vive a maior comunidade boliviana fora do país. Após chegarem em Buenos Aires, eles receberam a visita de Alberto Fernández, que assumiu o governo na última terça-feira (10). Antes de ser eleito, Fernández colaborou na operação para tirar Morales da Bolívia e viabilizar sua instalação inicial no México

Oficialmente, não há qualquer encontro previsto nesta quinta-feira entre Morales e o presidente argentino. O ministro das Relações Exteriores não informou em qual cidade do país o boliviano viverá. Morales foi uma das personalidade convidadas para a posse de Fernández, mas chega ao território argentino dois dias após a cerimônia.

Renúncia e exílio

Morales renunciou no dia 10 de novembro após perder apoio das Forças Armadas em meio a fortes protestos sociais gerados por sua tentativa de permanecer no poder pelo quarto mandato consecutivo. As últimas eleições foram consideradas fraudulentas pela missão de observadores da OEA. O ex-presidente recebeu inicialmente asilo no México, de onde denunciou ter sofrido um "golpe de Estado".

"Não reconhecemos o governo da Bolívia (de transição de Jeanine Añez), mas fazemos votos e tentaremos não atrapalhar, e, sim, ajudar para que haja eleições o quanto antes", declarou nesta quinta-feira o chanceler argentino. A Bolívia tem "um governo de fato", acrescentou, admitindo que este "pode ter o apoio de parte da sociedade".