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França registra recorde histórico de baixa de número de presos no fim da quarentena

18/05/2020 13h25

Segundo relatos oficiais de autoridades sindicais do setor de prisões na França, nunca houve tão poucos detidos na prisão de Nancy-Maxéville (leste) desde a sua abertura, em 2009. Centenas de prisioneiros que já estavam no final de sua sentença receberam uma liberação antecipada, para evitar a disseminação da Covid-19 nas prisões francesas.

Para a imprensa local, a crise sanitária do coronavírus terá tido pelo menos um "mérito", o de despovoar as prisões francesas. No total, na França, 5.300 prisioneiros no final de sua sentença foram liberados para impedir a propagação do novo coronavírus nos centros de detenção.

Assim, atualmente "há mais lugares do que prisioneiros nas prisões", explica Fadila Doukhi, delegada regional da penitenciária de de Nancy-Maxéville. "Em Nancy, por exemplo, hoje existem 691 prisioneiros para 692 lugares, é histórico, nunca tivemos o mínimo de detidos desde a abertura da penitenciária, em 2009".

"Esta queda histórica na população prisional melhora acentuadamente as condições de trabalho dos guardas prisionais", diz Doukhi.

"As tensões caíram consideravelmente, especialmente desde que o dispositivo que possibilita a conversa com as visitas e os workshops foram retomados. No entanto, devemos garantir o cumprimento estrito regras sanitárias para evitar qualquer contaminação. Cruzamos os dedos, mas até agora nós evitamos o pior. Espero que essa situação dure, mas duvido", afirmou a delegada.

Coronavírus: quase 10.000 detentos a menos nas prisões francesas em abril

A pandemia de coronavírus levou a uma queda sem precedentes no número de prisioneiros na França. Somente até o mês de abril, a taxa de população carcerária havia caido 103%, graças aos 10.000 detentos que deixaram de entrar no sistema em um mês, anunciou a administração penitenciária em 15 de abril.

Em 16 de março, um dia antes do início do confinamento na França, o número de detidos era o mais alto já registrado nas 188 prisões francesas: 72.575 presidiários para aproximadamente 61.000 vagas. Em 13 de abril, havia 62.650, ou 9.923 prisioneiros a menos, de acordo com o diretor da administração penitenciária, Stéphane Bredin.

Nos centros de prisão preventiva, onde réus e presos de curta duração ficam, e onde os presos às vezes são amontoados em grupos de três ou quatro em celas de 9 metros quadrados, a densidade caiu em 116%, em comparação com os quase 140% de antes da crise sanitária no país. A diminuição do número de detidos se deve em parte à desaceleração da atividade judicial durante a quarentena, que foi renovada até 11 de maio.