França registra recorde histórico de baixa de número de presos no fim da quarentena
Segundo relatos oficiais de autoridades sindicais do setor de prisões na França, nunca houve tão poucos detidos na prisão de Nancy-Maxéville (leste) desde a sua abertura, em 2009. Centenas de prisioneiros que já estavam no final de sua sentença receberam uma liberação antecipada, para evitar a disseminação da Covid-19 nas prisões francesas.
Para a imprensa local, a crise sanitária do coronavírus terá tido pelo menos um "mérito", o de despovoar as prisões francesas. No total, na França, 5.300 prisioneiros no final de sua sentença foram liberados para impedir a propagação do novo coronavírus nos centros de detenção.
Assim, atualmente "há mais lugares do que prisioneiros nas prisões", explica Fadila Doukhi, delegada regional da penitenciária de de Nancy-Maxéville. "Em Nancy, por exemplo, hoje existem 691 prisioneiros para 692 lugares, é histórico, nunca tivemos o mínimo de detidos desde a abertura da penitenciária, em 2009".
"Esta queda histórica na população prisional melhora acentuadamente as condições de trabalho dos guardas prisionais", diz Doukhi.
"As tensões caíram consideravelmente, especialmente desde que o dispositivo que possibilita a conversa com as visitas e os workshops foram retomados. No entanto, devemos garantir o cumprimento estrito regras sanitárias para evitar qualquer contaminação. Cruzamos os dedos, mas até agora nós evitamos o pior. Espero que essa situação dure, mas duvido", afirmou a delegada.
Coronavírus: quase 10.000 detentos a menos nas prisões francesas em abril
A pandemia de coronavírus levou a uma queda sem precedentes no número de prisioneiros na França. Somente até o mês de abril, a taxa de população carcerária havia caido 103%, graças aos 10.000 detentos que deixaram de entrar no sistema em um mês, anunciou a administração penitenciária em 15 de abril.
Em 16 de março, um dia antes do início do confinamento na França, o número de detidos era o mais alto já registrado nas 188 prisões francesas: 72.575 presidiários para aproximadamente 61.000 vagas. Em 13 de abril, havia 62.650, ou 9.923 prisioneiros a menos, de acordo com o diretor da administração penitenciária, Stéphane Bredin.
Nos centros de prisão preventiva, onde réus e presos de curta duração ficam, e onde os presos às vezes são amontoados em grupos de três ou quatro em celas de 9 metros quadrados, a densidade caiu em 116%, em comparação com os quase 140% de antes da crise sanitária no país. A diminuição do número de detidos se deve em parte à desaceleração da atividade judicial durante a quarentena, que foi renovada até 11 de maio.
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