Família de jovem negro morto durante prisão na França organiza protesto que reúne milhares em Paris
Milhares de pessoas se reuniram nesta terça-feira (2) em frente ao Tribunal de Paris contra a violência policial. Os manifestantes foram convocados pelo comitê de apoio à família de Adama Traoré, um negro de 24 anos que morreu após ser preso em 2016. Os protestos atuais nos Estados Unidos relançaram o debate sobre a violência policial e racista também na França.
"Hoje não é apenas o combate da família Traoré, é o combate de todos vocês. Hoje, quando lutamos por Georges Floyd, lutamos por Adama Traoré", disse Assa Traoré, irmã de Adama, durante a manifestação parisiense.
A convocação coincidiu com os protestos após a morte de George Floyd. "O que acontece nos Estados Unidos é o mesmo que acontece na França", disse a ativista.
Em 19 de julho de 2016, Adama Traoré morreu em uma delegacia nos arredores de Paris, cerca de duas horas depois de ser preso. Segundo seus familiares, ele havia sido violentamente agredido no momento da detenção. O caso tornou-se um símbolo de violência policial no país.
Na semana passada, a perícia descartou a responsabilidade dos policiais, mas nesta terça-feira (2), um perito contratado pela família de Traoré indicou que ele sofreu socos na barriga, técnica de detenção utilizada pelos agentes.
A prefeitura havia proibido protestos devido à crise do coronavírus, que não permite concentrações de mais de 10 pessoas, e também ao risco de "tumultos". Mas isso não impediu os familiares e manifestantes de saírem às ruas.
(Com informações da AFP)
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