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Canadá "perdeu a pista" de quase 35.000 imigrantes que deveriam ter sido deportados

09/07/2020 11h11

O Canadá "perdeu a pista" de 34.700 estrangeiros que moram no país, mas que deveriam ter sido deportados, segundo uma auditoria do Parlamento, publicada na quarta-feira (8).

Segundo o Escritório de Auditoria Geral do Canadá, que funciona como o Tribunal de Contas da União, a Agência de Serviços de Fronteira do país (ASFC) não tem notícias dessas pessoas que tiveram suas solicitações de asilo rejeitas e são visadas por uma ordem de deportação.

De acordo com relatório da auditora Karen Hogan, os outros 15.300 casos inscritos no inventário de "processos a tratar" são de pessoas localizadas e que estariam à espera de deportação há vários anos.

"A acumulação de ordens de deportação é um problema que perdura na ASFC no Canadá", informa o Escritório de Auditoria Geral. "A maior parte das medidas deveria ter sido executada há anos e dizia respeito a criminosos e solicitações de asilo rejeitadas", reitera o relatório.

De acordo com o documento, os esforços da ASFC foram "travados pela falta de informações e por lacunas de base na gestão dos casos, o que levou a atrasos evitáveis no tratamento de milhares de processos."

"Deficiências nas trocas de informação" com o ministério de Imigração, Refugiados e Cidadania "também atrasaram o tratamento dos casos", nota.

No momento em que foi realizada a auditoria, o Canadá tinha suspendido as deportações para 15 países, principalmente Afeganistão, República Democrática do Congo, Haiti e Iraque.

O número de pedidos de asilo aumentou no país durante os últimos anos. Em 2017 o Canadá recebeu 50.000, em 2018, 55.000 e em 2019, 64.000.