ONU alerta países ricos sobre aumento da insegurança alimentar no mundo
A ONU alerta, uma vez mais, os países ricos sobre o custo da inação face à covid-19. Nos países pobres, a fome poderia aumentar, de acordo com a organização que pede 3,6 bilhões de dólares para financiar seu plano humanitário.
Esta é a terceira vez que a ONU faz um apelo para dons desde o lançamento de seu plano humanitário, em 25 de março. Na época, a organização buscava 2 bilhões de dólares para ajudar os países pobres a lutar contra o coronavírus. Mas desde então as necessidades aumentaram.
A nova demanda da ONU chega a 10,3 bilhões de dólares. Mas somente uma pequena parte desta soma foi obtida, diz Mark Lowcock, secretario geral adjunto das Nações Unidas para Assuntos Humanitários.
"Até hoje, a reação dos países ricos à situação em outros países foi insuficiente", sublinha. As discussões se eternizam com o Congresso americano e com a União Europeia. O Reino Unido reduziu drasticamente seu apoio, a ajuda dos países do Golfo se fazem esperar e a China prefere atuar individualmente que financiar o plano da ONU. "Nós queremos ver estes países voltar a fazer o que eles fizeram nos últimos anos", diz o responsável.
Insegurança alimentar
A situação corre o risco de piorar porque a pandemia gerou uma crise econômica em vários países, aumentando a insegurança alimentar. "Existe um sério risco de falta de alimentos entre o fim deste ano e o começo do ano que vem".
A ONU se preocupa principalmente com a Somália, o Sudão do Sul, o Iêmen e a Nigéria. Outros países onde a situação também é preocupante são Sudão, Zimbabwe e Haiti. Se nada for feito a população pode não ter alimentos. "Nós devemos agir agora para impedir isso", repete Lowcock.
Segundo ele, os problemas enormes que enfrenta o mundo podem ser paliados com relativamente pouco dinheiro e muita imaginação. Mas a inação, poderia gerar mais instabilidade e conflitos em uma dezena de outros países. Entre eles, segundo uma projeção da ONU para os próximos dois anos, estão Senegal, Zâmbia, Burundi, Serra Leoa, Zimbábue e Guiné Bissau. Mas também países como o Líbano, Belize e o Tadjiquistão.
Pobreza nos Estados Unidos
Mas não só os países pobres sofrem com o aumento da pobreza. Nos Estados Unidos, segundo um levantamento do Departamento americano de recenseamento (Bureau of the Census), cerca de 16% dos inquilinos não conseguiram pagar o aluguel de junho devido à crise gerada pela covid-19 e mais de 30% se preocupam em não poder pagar o de julho. A pesquisa foi realizada com 73,8 milhões de pessoas entre 2 e 7 deste mês.
Quase metade dos americanos sofreram uma diminuição salarial devido às medidas de quarentena impostas nos Estados Unidos, segundo o departamento.
A pandemia também fez milhões de pessoas perderem seus empregos no país. Em junho, o número oficial de desempregados chegou a 32 milhões, contra 1,6 milhões na mesma época no ano passado, segundo números publicados na quinta-feira (16) pelo Departamento do Trabalho.
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