Operações turcas em busca de petróleo e gás no Mediterrâneo oriental irritam Grécia
A Grécia anunciou nesta terça-feira (11) que vai pedir a União Europeia uma reunião de emergência para discutir a decisão da Turquia de prospectar o fundo do mar Mediterrâneo por bacias de gás e petróleo. A área, rica em reservas de hidrocarbonetos, é disputada pelos dois países.
A situação é tensa entre os vizinhos na parte oriental do Mediterrâneo. Na segunda (10), um navio sísmico turco, o Oruç Reis, iniciou as pesquisas em uma área próxima à cidade turca de Antalya, entre as ilhas de Creta, no sul da Grécia, e o Chipre.
O navio de investigação sísmica, que vai procurar poços submarinos, foi escoltado por cinco embarcações de guerra turcas. Imagens da frota foram publicadas pelo Ministério da Defesa da Turquia.
A descoberta nos últimos anos de vastos campos de gás no Mediterrâneo oriental aumentou a tensão entre Grécia, Chipre, Turquia, Egito e Israel. Os países não estão de acordo com o limite de suas influências em área marítima considerando a proximidade de ilhas estrangeiras de suas costas.
Atenas denuncia a violação de suas fronteiras marítimas pelos navios turcos e vai apelar para que seja convocada uma cúpula de emergência da União Europeia para discutir a questão.
"Pedimos a Turquia que abandone sem demora a plataforma continental grega (...) não vamos aceitar fatos consumados", advertiu nesta terça-feira o ministro grego de Relações Exteriores, Kyriakos Mitsotakis.
Europa pede diálogo
O anúncio de que licenças para a perfuração serão distribuídas pelo governo turco nas próximas semanas deve agravar ainda mais a situação.
A União Europeia, que já impôs punições a dois executivos de energia turcos após a exploração de águas disputadas, pediu o diálogo. "Os últimos acontecimentos são extremamente preocupantes", disse o porta-voz da Comissão Europeia para as Relações Exteriores, Peter Stano.
"Grécia e Turquia sempre tiveram relações de vizinhança complicadas, mas desde o golpe fracassado contra (o premiê turco Recep Tayyip) Erdogan em 2016, a situação se deteriorou claramente", disse Panagiotis Tsakonas, professor de Relações Internacionais na Universidade de Atenas, em entrevista ao jornal Le Monde.
Enfrentando uma grave crise econômica dentro do país, Erdogan tem tentado ampliar sua zona de influência internacional. No ano passado, um polêmico acordo com a Líbia para a exploração de seu litoral já tinha incomodado os países vizinhos.
(Com informações da AFP e da Reuters)
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