Ministro turco chama Macron de "histérico" e acusa Grécia de não querer dialogar
O ministro das Relações Exteriores da Turquia disse nesta sexta-feira (4) que o presidente francês, Emmanuel Macron, estava "histérico" em relação aos conflitos entre a Líbia e a Síria e à disputa entre Ancara e Grécia pelos recursos energéticos no Mediterrâneo oriental.
As relações entre a França e a Turquia se deterioraram recentemente. Ancara acusa Paris de apoiar politicamente o marechal líbio Khalifa Haftar, que se opõe ao governo líbio de acordo nacional (GNA), com sede em Trípoli. Este governo, cuja legitimidade é reconhecida pela comunidade internacional, é apoiado por Ancara.
A França rejeita as acusações da Turquia.
"Na Líbia, (a França) apoiou o golpista Haftar e cometeu um erro grave", disse o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu. "As coisas mudaram, os equilíbrios mudaram, Haftar foi derrotado e Macron ficou histérico", continuou.
A tensão entre a Turquia e a França foi reacendida em junho, quando um navio de guerra francês tentou inspecionar um navio turco sob a suspeita de que estaria levando armas para a Líbia apesar do embargo ao país.
Em declarações à imprensa em Ancara, Mevlut Cavusoglu também disse que a Turquia acabou com as esperanças francesas de que o marechal Khalifa Haftar tomaria Trípoli, graças ao apoio militar turco ao GNA em junho.
"Logo depois, a França disse que nossos navios haviam assediado os deles no Mediterrâneo oriental, sem fornecer nenhuma prova", acrescentou Mevlut Cavusoglu.
Enquanto Atenas e Ancara lutam pela soberania de uma área do Mediterrâneo Oriental rica em hidrocarbonetos, Paris dá seu apoio à Grécia.
Atenas pede fim de provocações
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, disse nesta sexta-feira (4) que seu país iniciaria negociações com a Turquia sobre o conflito sobre as fronteiras marítimas no Mediterrâneo oriental assim que as "provocações" turcas cessassem.
As tensões aumentaram no mês passado depois que a Turquia enviou um navio de pesquisa sísmica para uma área disputada após a conclusão de um acordo marítimo entre a Grécia e o Egito, que os turcos dizem que invade sua própria plataforma continental.
A Grécia "pode ??e quer discutir a delimitação de zonas marítimas no Mar Egeu com base no direito internacional. Mas não sob ameaça", disse Mitsotakis durante encontro com o diplomata chinês Yang Jiechi, em visita a Atenas. "Coloquemos as ameaças de lado para que as negociações possam começar."
As declarações de Mitsotakis vêm no dia seguinte a uma declaração de Jens Stoltenberg, Secretário-Geral da Otan, anunciando o início das negociações entre os dois países em conflito.
A Turquia apoia a iniciativa da Otan, acrescentando que o problema a resolver reside mais na forma como as medidas têm sido geridas pelos respectivos exércitos do que nos conflitos bilaterais.
No entanto, nesta sexta-feira, o chanceler turco acusou a Grécia de recusar o diálogo e de mentir depois que o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, disse que negociações mediadas pela Otan para reduzir as tensões no Mediterrâneo oriental só poderiam ocorrer se Ancara cessasse suas "ameaças "
"A Grécia mostrou mais uma vez que não é a favor do diálogo", disse o ministro das Relações Exteriores turco, Mevlut Cavusoglu, a repórteres nesta sexta-feira.
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