Topo

Pompeo critica Maduro antes de visitar fronteira do Brasil com Venezuela

18/09/2020 16h42

O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, desembarca nesta sexta-feira (18) no Brasil, para uma visita na fronteira com a Venezuela. O representante da diplomacia dos Estados Unidos aproveitou sua parada na Guiana, antes de chegar em Roraima, para pedir novamente a saída do poder do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.

Pompeo chega no território brasileiro em Boa Vista, capital de Roraima, estado que recebeu milhares de venezuelanos que fugiram da crise econômica de seu país. Ele se reunirá com o chanceler brasileiro Ernesto Araújo para abordar a forma de enfrentar as ameaças à segurança da região, que ambos atribuem à Venezuela.

"Sabemos que o regime de Maduro dizimou o povo da Venezuela e que o próprio Maduro é acusado de ser um traficante de drogas. Isso significa que ele tem que partir", disse Pompeo em Georgetown durante uma entrevista coletiva com o presidente da Guiana, Irfaan Ali. No início deste ano, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos abriu um processo por tráfico de drogas contra Maduro e seu círculo íntimo, oferecendo uma recompensa de US$ 15 milhões por sua prisão.

O diplomata norte-americano também destacou os US$ 3 milhões em ajuda que Washington forneceu para colaborar com a Guiana no auxílio aos refugiados vindos da Venezuela. O pequeno país no nordeste da América do Sul abriga cerca de 22.000 dos quase 5 milhões de venezuelanos que fugiram da crise econômica de seu país.

Cerca de 50 nações, incluindo os Estados Unidos, consideram a reeleição de Maduro em 2018 fraudulenta e exigem a restauração da democracia no país sul-americano. Mas o líder venezuelano se recusa firmemente a recuar e conta com o apoio das poderosas Forças Armadas, bem como da Rússia e do Irã na arena internacional.

A posição de Washington se alinha com a do governo brasileiro, que não poupa críticas ao sucessor de Hugo Chávez. Na quinta-feira (17) Brasília pediu à comunidade internacional para não apoiar as eleições legislativas convocadas pelo que classificou de "regime ditatorial" de Nicolás Maduro. Na véspera, uma missão de investigação da ONU acusou o chefe de Estado de estar vinculado a "crimes contra a humanidade".

Depois de visitar a fronteira do Brasil com a Venezuela no final desta sexta-feira, Pompeo desembarca no sábado na Colômbia. O giro, que começou na quinta-feira no Suriname, é visto como uma parte de uma campanha para destacar a devastação econômica da Venezuela sob o governo de Maduro.

(Com informações da AFP)