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Reino Unido anuncia relaxamento de restrições e libera abraços

11/05/2021 06h18

Ainda operando no negativo, a economia britânica comemora nova injeção de ânimo, após queda os números de hospitalizações e mortes por Covid-19. Setores que vinham definhando a olhos vistos foram autorizados pelo governo a retomar as atividades.

Vivian Oswald, correspondente da RFI em Londres

A partir da próxima segunda-feira, pubs, bares e restaurantes voltam a receber clientes em ambientes fechados na Inglaterra. Hotéis, pousadas e imóveis de temporadas também reabrem as portas. O segmento é o terceiro maior empregador do país, com 3,2 milhões de postos de trabalho. Produz uma renda de 130 bilhões de libras por ano, pouco mais de R$ 960 bilhões.

Cinemas, teatros, museus, salas de concerto, centros de conferência também voltarão a funcionar no dia 17 de maio, na fase 3 do plano de reabertura do governo.

Esse é mais um sinal de que o novo coronavírus pode estar sob controle depois de um longo período de lockdown e um programa acelerado de vacinação. No Reino Unido, todos os adultos com mais de 40 anos foram chamados para tomar a vacina. Mais de dois terços da população recebeu pelo menos uma dose. Um terço já foi totalmente imunizado com duas.

Será mais um alento para a economia britânica, que caiu quase 10% do ano passado. Sob lockdown desde 4 de janeiro, o país continuou em ritmo lento. Registrou retração de 2,2% do PIB no primeiro mês do ano, e discreta recuperação de 0,4% do PIB em fevereiro

Abraços com moderação

Mas foi a permissão abraçar que ganhou as mídias sociais no país nos últimos dias dias e estampou a primeira página dos jornais locais. Em tese, os abraços estão permitidos também a partir da semana que vem. Mas o primeiro-ministro, Boris Johnson, não pareceu estimular a ideia durante a entrevista em que apresentou o plano de flexibilização das restrições na segunda-feira. Ele disse que os abraços poderão ser trocados. "Mas com cuidado e bom senso", disse.

E insistiu que, "mesmo quem já tomou as duas doses da vacina, pode contaminar os outros". Essa foi uma das principais perguntas dos jornalistas ao premiê. Na televisão, especialistas foram convidados para explicar aos espectadores como as pessoas poderiam se abraçar com segurança. Falaram da falta que todos sentimos do abraço desde o início da pandemia e da importância dos contatos pessoais, o que o governo reconheceu. Johnson pediu aos britânicos que conferissem a saúde mental de amigos e parentes, e que procurassem ajuda, se necessário.

A partir da semana que vem, idosos em asilos poderão receber até cinco visitas, em vez das duas permitidas até o final desta semana. Em casa, a regra será que até seis pessoas de dois lares diferentes possam se reunir.

As viagens serão retomadas aos poucos. A partir do dia 17 de maio, os britânicos podem voltar a viajar para o exterior. No entanto, haverá restrições. Os destinos foram classificados em três cores: verde, amarelo e vermelho. Há 12 países na lista verde, Portugal é um deles. Quem voltar desses áreas não precisa de quarentena. Dos amarelos, onde estão França e Espanha, destinos populares entre os britânicos, é preciso fazer auto-isolamento por 10 dias. A volta de países na lista vermelha, o Brasil é um deles, exige a quarentena em hotéis designados pelo governo pelo período de 12 dias ao custo de 1.750 libras. Em todos os casos, é preciso fazer testes de PCR na ida e na volta.

Variantes do vírus preocupam

Outras restrições que continuam em vigor devem ser revistas em 21 de junho. O teletrabalho é uma delas. Johnson não quis se comprometer com o que vai acontecer a partir daí. Até porque o governo britânico segue preocupado com o avanço de novas variantes do vírus. As brasileiras estão entre elas. Mas é a cepa indiana a que mais preocupa neste momento, tendo em vista que o número de casos teve um aumento nas duas últimas semanas. Tudo isso reforça que, apesar dos avanços, o país seguirá atento aos desdobramentos da pandemia e cobrará distanciamento social dos cidadãos sempre que possível.

"Os esforços valeram a pena e deram ao governo tempo para vacinar mais de dois terços da população com a primeira dose e um terço com as duas", afirmou Johnson. O nível de alerta da Covid-19 caiu de quatro para três.

Os escoceses também poderão voltar a frequentar as áreas internas de restaurantes e pubs a partir da semana que vem. Mas as viagens ao exterior só serão liberadas a partir de 24 de maio, uma semana depois da data prevista para a Inglaterra. Os destinos que não exigirão quarentena na volta também serão restritos. Só quatro adultos de dois lares diferentes poderão se encontrar em ambientes fechados.

No País de Gales, pubs e restaurantes também poderão receber nas áreas internas. Mas ainda não se sabe em que termos. Não está descartada a possibilidade de que as mesas não passem de quatro convivas nessa fase inicial.

Na Irlanda do Norte, onde os números de contaminações caíram bastante, mas ainda se mantêm acima da média nacional, viagens internacionais só serão liberadas, com restrições, a partir de 24 de maio também.