Criador da Sputnik V afirma que vacina é eficaz "contra todas as variantes"
O criador da Sputnik V, a vacina russa contra o coronavírus, afirmou nesta segunda-feira (21) que o imunizante protege contra "todas as variantes conhecidas", inclusive a Delta, responsável por um novo aumento do número de casos na Rússia. Moscou e a segunda maior cidade do país, São Petesburgo, são as mais afetadas pela onda epidêmica.
A capital registrou 1.811 novas infecções nas últimas 24 horas. De acordo com o prefeito de Moscou, Sergueï Sobianine, 90% das novas contaminações foram provocadas pela variante Delta, mais contagiosa, que ameaça superlotar os hospitais moscovitas.
Para lidar com a avalanche de novos pacientes, a prefeitura ampliará de 17.000 para 24.000 a quantidade de leitos hospitalares em duas semanas, informou a vice-prefeita de Moscou, Anastasia Rakova.
Neste contexto, Alexandre Guintsbourg, diretor do centro Gamaleïa, afirmou que "duas injeções da vacina protegem contra todas as variantes conhecidas, incluindo a Alpha, a britânica, e a Delta, a indiana."O objetivo da declaração é incentivar a população russa, reticente em relação à eficácia dos imunizantes disponíveis, a se vacinar.
Em Moscou, as autoridades decretaram na semana passada a vacinação obrigatória dos funcionários do setor de serviços. Cerca de 60% deles, o equivalente a 2 milhões de pessoas, devem ser vacinados até o dia 5 de agosto.
A Rússia lançou rapidamente uma campanha de vacinação em dezembro, mas até o momento somente 19 milhões de seus 146 milhões de habitantes receberam ao menos uma dose do imunizante, segundo o site Gogov que coleta dados das regiões e das mídias, na falta de estatísticas nacionais oficiais.
Novas restrições
Para diminuir a circulação viral em Moscou, novas restrições devem entrar em vigor nesta segunda-feira, como o fechamento de restaurantes em centros comerciais e venda de comida nas fan-zones criadas para a Eurocopa. Por enquanto, as medidas serão limitadas para não afetar a economia.
Diante dos deputados, no Parlamento russo, o presidente Vladimir Putin disse nesta segunda-feira que "o perigo do coronavírus continuava presente" e que a situação "estava se agravando em diversas regiões". Mas ele comemorou o fato de que o país tenha conseguido passar pelo pior, no ano passado. Seu porta-voz, Dmitri Peskov, reconheceu que "a situaçao real é difícil" e a tendência "não é boa".
No total, 129.801 pessoas morreram vítimas do coronavírus na Rússia, o país com maior número de óbitos na Europa. A agência de estatísticas Rossatat, que tem uma definição mais ampla das mortes causadas pela Covid-19, contabiliza 270 mil mortos desde o início da epidemia.
(Com informações da AFP)
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